terça-feira, 28 de maio de 2013

PAPO CULTURAL RECEBE O JOGADOR DE FUTEBOL AIRTON DOMINGOS


Foi realizado na última sexta feira, dia 24 de maio, na casa de Antônio Conselheiro a 28ª edição do Papo Cultural, que este mês teve como convidado o ex-jogador de futebol profissional, Airton Domingos (o Airton), como é popularmente conhecido.
Inicialmente o coordenador do Papo Cultural, Neto Camorim, agradeceu o convidado e fez uma breve apresentação de sua vida e de sua trajetória no futebol.
Antonio Airton Domingos dos Santos nasceu no dia 06 de novembro de 1967 na cidade de Quixeramobim, Ceará. Filho de Manoel Maia dos Santos e Tereza Domingos dos Santos.
Começou sua trajetória no futebol defendendo a equipe do Grêmio do tiro de Guerra, mas logo despontou o interesse das principais equipes do nosso futebol, como o Cruzeiro, Flamengo, imperial e até mesmo da Seleção local. Em 1989 sagrou-se campeão pela Seleção de Quixeramobim do Intermunicipal de Futebol, realizado pela APCDEC. No mesmo ano defendeu a equipe do Tiradentes sendo escolhido jogador revelação do Campeonato Cearense. Em 1990 se transferiu para o América do Rio de Janeiro. Na sua estréia enfrentou o Botafogo (RJ) tendo a responsabilidade de marcar o craque Renato Gaúcho.
Durante sua carreira defendeu várias equipes como: Fortaleza (CE), Icasa (CE), Quixadá (CE), Iguatu (CE), Flamengo (PI), Moto Clube (MA), Capelense (AL), Caldas (GO) e boa Viagem (CE).
Atualmente ele é bicampeão cearense de máster nos anos de 2011 e 2012.
Segundo Airton, um dos motivos que contribuiu para ele não ter uma da carreira de mais sucesso no futebol, foi suas atitudes extra campo. “Sempre os treinadores gostavam do meu desempenho em campo. O problema era minha vida de farra e bebedeira após as partidas. Com o tempo isso acabou repercutindo negativamente na hora dos clubes me contratarem. Sempre alegavam isso. Hoje tenho consciência o quanto isso foi ruim. Mas por outro lado, era difícil um jovem pobre que estava ganhando algum dinheiro e morando na cidade grande não ir por esse caminho da diversão. Teria que ter muito equilíbrio e eu não tive a maturidade necessária na época”. Ressaltou.
Outro aspecto bastante discutido na sua apresentação foi a sua passagem pelo América (RJ). “Logo na estréia tive a responsabilidade de marcar Renato Gaúcho, mas me dei bem. Emoção ainda maior foi jogar no maracanã, um estádio monumental, nunca tinha visto igual. Só não fiquei muito nervoso, devido no dia anterior eu já ter conhecido o maracanã durante uma entrevista na antiga TV Manchete, já extinta, por ter me destacado numa partida amistosa que o América realizou no qual fui escolhido contra uma seleção africana”.
Frisou ainda durante sua apresentação que ao chegar ao América no Rio de Janeiro, “teve a honra de conhecer e trabalhar com Joel Santana. Ele é um paizão mesmo, como todos ainda o chamam. É sem dúvida um dos maiores treinadores brasileiro”.
Após a apresentação do convidado, aconteceu a um debate, que contou com a participação de Terezinha Oliveira e de seu irmão Zuca, entre outros. Ele destacou que seu irmão Airton, “pela preparação física que sempre teve, e de certa medida ainda mantém devido sua atuação do campeonato máster, tinha condições de jogar em grandes clubes no Brasil, pelo futebol que desempenhava. Mas infelizmente os fatores extra campo atrapalharam e muito sua carreira”.
Para finalizar o presidente da Ong. iphanaq, Ailton Brasil entregou ao convidado uma menção honrosa, pela sua participação no Papo Cultural.  

Neto Camorim- Coordenador do Papo Cultural









quarta-feira, 1 de maio de 2013

RENATO ROSENO VISITA QUIXERAMOBIM E PARTICIPA DO PAPO CULTURAL


No dia 26 de abril, o advogado, militante social e presidente do PSOL-CE, Renato Roseno, visitou Quixeramobim a convite da ONG Iphanaq, para participar do Papo Cultural, com desdobramentos em outras programações na cidade, de caráter político e educacional.
Às 12h30, concedeu entrevista ao programa “Repórter Ceará”, da Rádio Campo Maior. Às 15h, realizou palestra para 150 jovens no auditório do Liceu Alfredo Almeida Machado. O evento teve como público alunos do 3º ano do ensino médio, com o tema “Juventude e Direitos Humanos: Desafios e Perspectivas”. A atividade marcou a abertura do ciclo de palestras que a Escola realiza em preparação para o ENEM-2013, articulado pelos professores coordenadores de área (PCA).
            Às 19h, na Casa de Antônio Conselheiro, Renato Roseno participou do Papo Cultural. Inicialmente, o coordenador do evento, professor e historiador Neto Camorim, fez uma breve apresentação do convidado, que agradeceu o convite e começou a sua participação, pedindo que todos os presentes se apresentassem.
            Trajetória - Na primeira parte, Renato Roseno falou de sua trajetória de vida, enquanto filho de migrante nordestino. Seus pais saíram de Amontada, região norte do Ceará, para São Paulo, buscando trabalho na 'cidade grande', como muitos milhares de nordestinos fizeram no processo histórico brasileiro. “Mesmo tendo nascido em São Paulo, me considero cearense”, ressaltou Renato. Ainda falando sobre a trajetória, o convidado destacou também a alegria da família quando ele graduou-se em Direto pela UFC: “Foi uma festa pra mais de uma semana. Meus avôs em Camocim ficaram muito felizes. Fui o primeiro na minha família a ter curso superior e isso foi um orgulho muito grande para meus familiares. Sou muito grato aos meus pais por me possibilitarem estudar. Sei que eles não tiveram essa oportunidade, mas ofereceram com sacrifício aos filhos. Até porque na época de meus pais a escola era difícil. Além de ter que trabalhar desde cedo para sustentar a família”.
No segundo momento do Papo Cultural, Renato Roseno falou de sua atuação política. Disse que se considera um militante social que continua acreditando na possibilidade de um mundo melhor, baseado na solidariedade e na luta coletiva. Isso é o que o faz socialista, diante de um sistema capitalista cada vez mais desumano, explorador e excludente. Quando foi indagado sobre de sua saída do PT, disse que não se considera “viúva do Lula”: “Não devemos viver de saudosismo de uma construção coletiva em que nós acreditamos e dedicamos muitos anos de nossa vida para a construção de um projeto de poder que faliu. Fomos traídos e, portanto, saímos de cabeça erguida, antes do escândalo do mensalão. Não só eu, mas valiosos companheiros aqui no Ceará, como esses lutadores aqui de Quixeramobim, Aílton Brasil e Neto Camorim, entre outros, que não se deixaram cooptar pela onda do lulismo. Não concordamos com as práticas políticas em que o PT tomou e os caminhos que ele buscou para chegar ao poder em 2002. Buscamos outro caminho e estamos construindo com muita dificuldade, mas sempre lembrando que não é impossível outro projeto político no PSOL”.
Conjuntura Brasil - Roseno destinou também parte de sua apresentação para comentar a atual conjuntura política e econômica. Para ele, “o Brasil está mergulhado numa crise gravíssima causada pelo crescimento da dívida pública, juros elevados e endividamento da classe trabalhadora com a facilidade do crédito que compromete seu orçamento ao limite máximo”. Roseno entende que “o mais greve é que o governo Dilma fica maquiando os números da economia, passando a ideia para os menos esclarecidos de que o país está bem, o que não é verdade”. Ele adverte que estamos ameaçados constantemente com o retorno da inflação, com os preços da cesta básica estão disparando. “E o que faz o governo? Aumenta a taxa Selic e nós continuamos com os juros mais altos do mundo. Com essa política econômica do jeito que está sendo conduzida, está bom mesmo é para os grandes empresários, o agronegócio e os banqueiros, que nunca ganharam tanto dinheiro nesse país. Esses são os setores mais beneficiados por esse modelo econômico perverso que explora e engana a classe trabalhadora com a ilusão do crédito fácil, dando uma sensação de melhoria na sua vida”, analisa.
Ainda falando do contexto atual, Renato Roseno falou sobre a tramitação no Congresso Nacional da PEC 37, a qual acha difícil passar em votação, por existir, conforme entende, um forte apelo popular contra essa lei: “Seria uma vergonha para o nosso país votar uma lei tirando a competência do Ministério Público e outros órgãos de fiscalizarem a aplicação do dinheiro público, quando mal aplicado pelos políticos. Seria um retrocesso sem tamanho na nossa ainda frágil democracia. Como defensor da luta contra a corrupção e a impunidade, apoiamos as iniciativas do Ministério Público quando realizam investigações das supostas irregularidades. Devem ser apuradas e os envolvidos punidos. O Brasil não aguenta mais tanta corrupção”. 
Ações coletivas - Roseno ainda destacou durante o Papo Cultural a luta em defesa das causas das crianças e adolescentes, dos direitos humanos e pela ética na política: “Parece uma utopia para muitos falar em ética na política. Mesmo que muitos exemplos nos mostrem às vezes pontos diferentes do que defendemos, precisamos caminhar nessa direção. Caso contrário, qual será o futuro desse país? Precisamos é lutar e nos organizar com participação popular para mudar essa realidade. Sabemos que não é fácil, mas é preciso ousar. Temos uma juventude infelizmente abandonada e destruída pelas drogas e pelo consumismo que aliena e mata, não permitindo que as maiorias de nossos jovens pensem e acreditem que eles podem ser sujeitos de sua história. Para isso, é preciso lutar por educação de qualidade, cultura, emprego. Não podemos perder a nossa capacidade de sonhar e se indignar. Só através da luta coletiva é possível mudar essa realidade a na qual nos encontramos atualmente. Parece que a sociedade vive, em sua maioria, numa espécie de apatia a tudo que está acontecendo de desmando em nosso país. Temos que reagir, não podemos esperar”.
É importante ressaltar que durante o debate foram feitas várias intervenções do público, através de perguntas, comentários e reflexões complementando o que estava a cada momento em debate durante o Papo Cultural, atividade em contexto destacado pelo próprio convidado: “Quero de público elogiar a atuação do Iphanaq. Ações como o Papo Cultural, o Cineclube e o Grupo de Leitura são um pouco disso que estou falando. Quero parabenizar todos que fazem essa instituição pelo trabalho que realizam nesse município. No Ceará existem poucas instituições que trabalharam com cultura, patrimônio e memória criando espaços democráticos para debater diferentes ideias. Isso é o caminho para a construção de um mundo com mais seriedade e respeito às diferenças étnicas, sexuais, políticas, culturais e sociais. Portanto, estou muito feliz de participar desse evento e ter dialogado durante todo o dia com professores, estudantes e trabalhadores em geral. Pra mim foi muito gratificante”.
Produção Iphanaq e Patrimônio Vivo- Para finalizar, o Coordenador do evento, Neto Camorim, fez a entrega do CD/DVD Boi de Reisado de Quixeramobim do mestre Piauí e de uma série de cartões postais da cidade produzidos pelos alunos do Ponto de Cultura Patrimônio Vivo. Em seguida, o presidente do Iphanaq, Aílton Brasil, fez a entrega da menção honrosa do convidado na 27ª edição do Papo Cultural.

Neto Camorim- Coordenador do Papo Cultural e Integrante da Ong. Iphanaq
Fotos: Edmilson Nascimento e Elistênio Alves
Apoio: Liceu de Quixeramobim Alfredo Almeida Machado e Sistema Maior de Comunicação
Mais informações sobre o Papo Cultural e atividades do Iphanaq:
www.patrimoniovivo.org.br
telefones: (88) 9229-0056/ 9998-7434