Neste domingo, dia 27 de fevereiro, demos continuidade ao projeto “Roteiro Cultural”, quando fizemos uma caminhada pelas poucas margens ainda restantes do açude da Comissão. Na caminhada tivemos a companhia de Dona Maria Nascimento que desde sua infância conviveu com sua família às margens do referido açude.
O açude da Comissão, como é conhecido por toda a população, teve suas obras iniciadas no ano de 1877, período em que o Estado do Ceará sofria uma das piores secas de sua história. Na época, o açude localizava-se fora da cidade e era um espaço de lazer da população de Quixeramobim, já que o rio na maioria do período estava seco.
Durante a caminhada, Dona Maria Nascimento falou dos vários momentos e lembranças que a mesma tinha do açude e das áreas que a água atingia e que, aos poucos, foi sendo aterrada para dar espaço às construções. O açude era utilizado principalmente pela população que morava nas proximidades para lavagem de roupas, para pesca e cacimbas, que eram cavadas nas suas margens. “A educação de meus filhos eu tirei daqui de dentro. A alimentação eu tirava do açude. Acabava de lavar roupas ia pescar para levar peixe para casa”, relembra Dona Maria,orgulhosamente se referindo aos períodos em que se utilizava do açude para todos os fins.
Durante a visita, percebemos como o Açude da Comissão está depredado. Parte de sua parede foi escavada para fazer uma estrada. A parede do sangradouro esta quebrada, diminuindo assim a quantidade de água armazenada.
Atualmente, em Quixeramobim, iniciou-se a execução do projeto de Saneamento Básico da Cidade. Nele há a expectativa de que o açude seja saneado, sua parede recuperada e de que seja devolvido à sociedade de Quixeramobim esse patrimônio tão importante de nossa história.
Texto - Ailton Brasil
Fotos - Elistênio Alves
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