No último dia 15 de junho, na casa de
Antonio Conselheiro o grupo de leitura “Sertões e Memórias”, iniciaram a
leitura do Homem, segunda parte, da obra de Euclides da Cunha. Abaixo o
professor João Paulo Barbosa, participante do grupo de leitura, nos apresenta
uma síntese desse primeiro encontro.
Depois da Terra, adentramos o sertão
(ser-tão) devorando o Homem através de suas tradições, danças, desafios e de sua religião mestiça; enxergamos o homem ali de Euclides como produto do meio; como homem sem unidade de raça, haja vista o resultado dos cruzamentos entre indígena, negro e o português proposto pelo autor. A única coisa uniforme no homem brasileiro é a mestiçagem.
Começamos com as impressões que o sertanejo forte descrito por Euclides nos causou, comparando-o com outros tipos como o gaúcho, o vaqueiro e o jagunço. Desta vez contamos com a presença ilustre do Professor Antonio Carlos, o Guaru, que de forma muito rica contribuiu demais para o debate, levando as discussões ao ponto mais alto, fazendo comparações nada vertiginosas dos deuses do Olimpo ais deuses ou semideuses das religiões mestiças brasileiras: "São Francisco de Canindé tá no Olimpo, Padre Cícero tá Olimpo...". E assim nos deleitamos nas montanhas de cuscuz e nos riachos de leite e mel.
Estiveram presentes mais uma vez, os alunos do Liceu de Quixeramobim, Sara Farias, Lane Melo, Sandy, Marcelo e Amanda, discutindo a leitura Do Homem, tornando o tom da conversa mais jovial (não que os outros sejam velhos).
Por fim, discutimos de que maneira Euclides da Cunha apresenta Antonio Conselheiro, saído de Quixeramobim, desaparecido (morto?) por dez anos e eis que surge naquele ambiente onde absorveu as crenças do seu meio. Inteligente? Esperto? Santo? Messiânico? Apenas ele, Antonio Vicente Maciel; valente, ousado, à frente do seu tempo e, acima de tudo, um forte. Conselheiro tá no Belo Monte, tá no Olimpo, no Belo Monte Olimpo.
Continuemos desnudando e devorando o Homem até a sexta feira 13 de julho. Evoé!
Texto: João Paulo Barbosa
Fotos: Edmilson Nascimento e Neto Camorim
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