Aconteceu no último dia 28 de fevereiro
na casa de Antônio Conselheiro, a 25ª edição do projeto Papo Cultural. O
convidado foi o ex-vereador Zequinha Alexandre que exerceu 08 (oito) mandatos
consecutivos na Câmara Municipal de Quixeramobim.
Inicialmente o coordenador do Papo
Cultural, Neto Camorim, fez uma breve apresentação do convidado, destacando
alguns aspectos de sua vida, gentilmente cedido pelos seus familiares. Vejamos
a seguir.
José Alexandre Nunes nasceu no dia 30 de
maio de 1939, na cidade de Portalegre no Rio Grande do Norte. Filho de Jerônimo
Alexandre Nunes e Elvira Alves Nunes. Aos sete anos deixou sua terra natal,
utilizando como meio de transporte um jumento.
Veio para o estado do Ceará, residir no
município de Quixeramobim, mais especificamente na fazenda Coque. Com quatro
anos depois foi morar na cidade de Quixadá, porém em janeiro de 1952 voltou
para o município de Quixeramobim e foi morar no distrito de Passagem e lá
residiu até o ano de 1997.
No ano de 1965 casou-se com a senhora
Rita Pereira Nunes, e dessa união nasceram sete filhas.
Ingressou na política em 1971, tendo
sido eleito pela primeira vez no dia 15 de novembro, para compor o quadro de
vereadores eleitos na Câmara Municipal de Quixeramobim até o dia 31 de dezembro
de 2004, quando se aposentou, sendo até então, o único vereador do Ceará com
oito mandatos consecutivos sem perder nenhuma eleição.
Após a apresentação de sua biografia o
Sr. Zequinha Alexandre falou da sua trajetória política ocupando a função de
Vereador durante 32 anos no município de Quixeramobim.
No
início não queria entrar na política, mas foi convencido por Alfredo Machado e
Leorne Belém. E a partir de 1971, enfrentou esse desafio. Segundo o mesmo, “sair da política foi mais difícil que
entrar. Vira uma espécie de ciclo vicioso. Você vai assumindo compromisso vai
gostando e ficando. Foram mais de três décadas da minha vida dedicada a essa
atividade. Só consegui me manter tanto tempo como vereador, graças ao apoio do
povo e a compreensão da família que sempre esteve do meu lado”. Destacou.
Durante sua fala, Zequinha Alexandre
frisou que no começo de seu trabalho parlamentar, não havia remuneração para o
cargo. Era uma dificuldade enorme para os partidos lançarem uma quantidade
mínima de candidatos nas eleições. Pouca gente queria entrar na política
partidária e concorrer cargos eletivos. Esse quadro só veio a mudar a partir de
1975 quando os vereadores passaram a receber salário. “Era tão pouco que o povo nem aperriava tanto”. Ressaltou o ex
parlamentar.
Quando foi perguntado como pautou sua
atuação política, ele destacou que considera ter realizado um bom trabalho, pelas
conquistas e realizações para o distrito de Passagem, sua principal base
eleitoral. Segundo o ex-parlamentar ele conseguiu a eletrificação, escolas na
maioria das comunidades e a obra hídrica mais importante de Quixeramobim, o
açude fogareiro, no qual esteve diretamente envolvido na luta pela sua
construção.
Destacou também que nunca foi vereador
de oposição. Em sua opinião, “parlamentar
no município sem o apoio do prefeito reduz sua ação política a quase nada. Não
tem como atender as reivindicações das comunidades. O povo pede muito coisa pra
ser feita e sem o apoio da prefeitura é impossível realizar”.
Durante o debate, foi lhe perguntado
como era a tramitação da pauta na Câmara municipal durante seu período de
vereança? Disse que geralmente recebia a pauta com três dias de antecedência
das votações. “A gente levava pra casa
para estudar e ver o que poderia ser alterado”. Atualmente em sua opinião
houve um retrocesso. Os vereadores só ficam sabendo da pauta na véspera das
sessões. Eles não tem tempo hábil para analisar as matérias. Isso mostra uma
total subserviência do poder legislativo ao executivo.
Para encerrar sua participação no Papo
Cultural, agradeceu a Ong. Iphanaq pelo convite e ter lhe dado a oportunidade
de contar a sua história como cidadão e vereador. Na maioria das vezes os ex
são esquecidos. E disse ainda que tudo que tem hoje agradece ao povo pela
generosidade e confiança nele depositada durante todo esse período como
parlamentar.
Nas suas considerações finais ainda lhes
perguntaram sobre, por que as pessoas dizem que os políticos mentem tanto. Em
tom de brincadeira o Sr. Zequinha saiu com essa frase: “Se mentir muito, ainda foi pouco”. Tive oito mandatos nunca
cheguei à presidência da Câmara, mesmo tendo exercido o cargo de líder de
alguns prefeitos. É sempre bom ressaltar que às vezes mentimos enquanto político,
porque os outros políticos pelo qual somos ligados nos prometem e também não
cumprem. Então somos tachados de mentirosos.
Para concluir o presidente do Iphanaq
Ailton Brasil, entregou ao Sr. Zequinha Alexandre uma menção honrosa pela sua
participação no papo cultural.
Neto Camorim – Integrante da Ong. Iphanaq e
coordenador do Papo Cultural
netocamorim@gmail.com
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