Representada
pelo seu presidente Ailton Brasil e do historiador Neto Camorim além dos convidados
Raimundo e Francisca Andrade da comunidade de Forquilha, distrito de Manituba,
a Ong. Iphanaq esteve no dia 11 de janeiro na cidade de Quixadá, participando
pela segunda vez do encontro dos profetas da chuva. A seguir acompanhe a
reportagem da jornalista Isabel Costa, publicada nesta segunda dia 13 de
janeiro no jornal O povo.
Profetas
da chuva prevêem “inverno” tardio
Profetas
fazem a previsão a partir dos sinais da natureza. Maioria é otimista ao falar
da quadra chuvosa deste ano, mas parte do grupo diz que precipitações serão
menores do que as vistas em 2013.
Um
“inverno” tardio, com chuvas a partir de março e boa perspectiva para quem quer
plantar - esse foi o balanço geral dos profetas da chuva, grupo que se reúne há
18 anos e apresenta o prognóstico da quadra chuvosa através de observação
empírica. Os resultados são obtidos por intermédio dos sinais da natureza:
florescer de plantas, movimentação dos insetos, posicionamento dos astros. “Não
é fácil conversar com alguém que não fala. E, no nosso caso, esse alguém é a
natureza”, diz Aurélio Leal, agricultor que participa do encontro pela primeira
vez. Por intermédio do estudo da mata e da situação das cacimbas, ele garante
que o “inverno” será mediano, porém tardio. “Nunca vi um ano terminado em
quatro ser seco”, lembra. Mas a fé na numerologia do quatro não convence a
todos os profetas.
Paulo Costa, agricultor que
observa os sinais da natureza através dos ventos, fala que deveremos sim ter
“inverno” em 2014, mas ele será “tardio, pesado e curto”. “Sabemos que todo ano
terminado no numeral quatro é bom, mas esse ano é atípico. Esse ano não teremos
as duas luas cheias no mesmo mês. Teremos, sim, duas luas minguantes em março.
E isso não é um sinal de boa chuva para o restante do ano”, pontua. Já o
profeta Antonio Lima, veterano no evento, garante que o “inverno” será bom, mas
somente a partir de março. “As plantas que observo vivem na mata. Eu vivo com
elas na mata também”, orgulha-se.
Escassez- O XVIII Encontro Estadual dos Profetas das Chuvas, realizado no último sábado no Parque de Exposições da Associação de Criadores de Caprinos e Ovinos do Ceará (Acocece), em Quixadá, reuniu 28 homens e mulheres - todos observadores atentos dos sinais da natureza. A maioria deles prevê um “ano bom para quem quer plantar”, mas também há quem aposte na escassez prolongada. O agricultor Manoel Lucindo de Lima, 77 anos, diz que a próxima quadra chuvosa será “pior que em 2013”. “Esse chuveiro no sul do País não é bom sinal para nós. Não é. Mas eu espero que a natureza esteja mentindo”.
Escassez- O XVIII Encontro Estadual dos Profetas das Chuvas, realizado no último sábado no Parque de Exposições da Associação de Criadores de Caprinos e Ovinos do Ceará (Acocece), em Quixadá, reuniu 28 homens e mulheres - todos observadores atentos dos sinais da natureza. A maioria deles prevê um “ano bom para quem quer plantar”, mas também há quem aposte na escassez prolongada. O agricultor Manoel Lucindo de Lima, 77 anos, diz que a próxima quadra chuvosa será “pior que em 2013”. “Esse chuveiro no sul do País não é bom sinal para nós. Não é. Mas eu espero que a natureza esteja mentindo”.
A reunião seguia
entre olhares atentos de pequenos agricultores e empresários do agronegócio -
todos aguardando o aval dos profetas para plantar ou não nos próximos meses.
Renato Lima de Souza, 66 anos, que começou as pesquisas ainda em junho do ano
passado, relata que todos os sinais da natureza apontam para um “inverno”
fraco. “O mandacaru está seco, algumas plantas estão lascando quando corto. Não
é bom sinal”, diz Renato, que faz previsões desde os anos 1980 - com orientação
dos pais e dos avós. É o conhecimento passado de pai para filho.
Isabel Costa
isabelcosta@opovo.com.br
Fotos: Ailton Brasil e Neto Camorim
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