PONTO DE CULTURA REALIZA VISITA GUIADA NA PONTE METÁLICA
Dando sequência as ações planejadas a partir da Oficina de gestão cultural da professora Izabel Gurgel, o ponto de cultura Patrimônio Vivo realizou no último dia 24 de abril as 17:30h na ponte metálica de Quixeramobim, seu segundo roteiro cultural guiado por aluno que participam da 1ª turma do ponto. Dessa vez a visita foi organizado pela aluna Maria Auricélia Oliveira e contou com a participação de alguns alunos da turma e convidados. Foi um momento muito proveitoso para melhor conhecer a nossa história e a memória cultural de nossa cidade. No próximo dia 16 de maio as 5:30h da manhã acontecerá o 3º roteiro cultural, desta vez saindo da praça da antiga estação ferroviária até a barragem. O referido roteiro será organizado pela aluna Mayara Cruz. Desde já todos estão convidados. A seguir um breve relato das informações proferidas pela aluna Maria Auricélia Oliveira durante o percurso da visita.
Antigamente os meios de transportes mais comuns usados em Quixeramobim eram os animais de carga, os de montaria e os carros de bois. O transporte ferroviário era considerado uma coisa rara naquela época. Foi em 1881 que foram feito alguns estudos para o prolongamento da estrada de ferro de Baturité. Os trajetos que foram apresentados para a escolha eram: Quixadá a Cachoeira, Quixadá ao frade e Quixadá a Quixeramobim. A Cidade de Quixeramobim foi escolhida por ser considerado o caminho mais econômico.
Com essa escolha não se pode deixar de citar a atuação do Comendador Amorim Garcia que através da sua influencia e prestigio contribuiu para que os dirigentes da Via Férrea de Baturité optassem pelo prolongamento da via passando por Quixeramobim. O Comendador se deslocou até a Corte para falar com o Imperador D. Pedro II conseguindo o caminho desejado e ganhando o título de Comendador da Ordem da Rosa. Infelizmente ele não conseguiu ver a inauguração e o funcionamento da estrada de ferro devido ao seu assassinado quando voltava das reuniões sobre a inauguração da estrada. O crime ocorreu no dia 10 de Março de 1894. Com o assassinato do Comendador a inauguração do prolongamento da estrada de ferro só se deu no dia 04 de Agosto de 1894. No dia seguinte seguiu-se uma romaria ao túmulo do Comendador onde estavam presentes algumas pessoas ilustres da época.
O criminoso, Irineu Dias, um ex-empregado do Comendador, fugiu sendo capturado logo depois na cidade de Ipu. Depois de preso indicou um autor intelectual, um inimigo pessoal da vítima, o Coronel Teófilo Lessa que foi imediatamente preso juntamente com seu filho Fausto, alguns familiares e amigos supostamente envolvidos com o crime. Condenados a mais ou menos 23 a 30 anos, muitos anos depois descobriram um erro judicial. Às vésperas da morte o assassino Irineu Dias, confessou que agira única e exclusivamente por decisão própria para se vingar do Comendador que o feriu com uma chicotada seu rosto por um deslize cometido no tratamento dos cavalos. Logo em seguida, os réus foram soltos.
A passagem da estrada de Ferro por Quixeramobim fez com que se construíssem a Ponte Metálica, onde tiveram que submeter a Ponte a vários testes de resistência usando sobrecargas com várias toneladas em cada um dos seus quatro vãos. Depois do sucesso dos testes, a ponte foi posta a serviço do tráfego de trem em 1899, cinco anos depois da inauguração da estrada de ferro.
A ponte possui uma extensão de 208m com 488 toneladas de estrutura. A estrutura da ponte foi fundida pela Compagnie General de Construction de Haine S. Pierre, trazida da Bélgica e montada sobre a direção de um brasileiro chamado Randal James Callander. Mas o projeto é do engenheiro Lúcio do Amaral.
A Ponte Metálica de Quixeramobim é uma das mais bonitas da América do Sul, perdendo em comprimento apenas para duas, a de Boa Vista e uma da Bahia. Com o tempo a Ponte foi desativada – com o avanço tecnológico era necessária uma estrutura mais compatível e adequada para o grande número de transportes cada vez mais pesados que por ali passasavam tornando então, um ponto Turístico da cidade Quixeramobim, nos fazendo pensar e fazendo muitos recordarem o progresso e a expansão daquela época.
Livro do Marum Simão
Postado pela aluna Maria Auricélia Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário