No realizado no último dia 31 de
agosto, na casa de Antonio Conselheiro a 19ª edição do projeto Papo Cultural,
que teve como convidado o sociólogo, Samuel Cavalcante. Natural de Quixeramobim,
mas residindo em Fortaleza há vários anos, periodicamente volta a sua terra
natal, e desta vez, veio apresentar a sua experiência no Budismo.
Inicialmente Neto Camorim, que estava
coordenando o evento, fez uma breve apresentação do entrevistado. Samuel
Cavalcante é praticante do chamado Zen do Budismo, na forma como tomou
originalmente no Vietnã e como chegou ao ocidente nos anos 60 do século XX. É
praticante desde 1998, quando entrou em contato com os livros escritos pelo
Venerável Thich Nhat Hanh, Mestre Zen, que vive hoje em dia na Europa. Entre
2008 e 2010 morou no monastério criado por ele e que se chama em inglês de Plum
Village (Vila da Ameixa) e que se localiza no sul da França. Foi ordenado monge
e depois de um ano de experiência abandonou o hábito e voltou para o Brasil.
Em seguida o convidado falou um pouco
há história do budismo, se é ou não uma religião, destacando a questão de
“Deus” e da “reencarnação”, bem como das diversas tradições ligadas ao budismo
e que são bastante diferentes entre si. Falou também de sua experiência como
monge e vivendo num monastério por dois anos.
Ressaltou que um dos aspectos mais
interessante na filosofia budista é a liberdade que existe na sua formação. Não
existe um superior para te “orientar e vigiar”, como sempre acontece nas
religiões. Você é livre para escolher sem pressão se de fato quer se tornar
seguidor dessa doutrina. Destacou.
Outro ponto relevante que frisou em
sua fala foi que durante esses dois anos que morou na Europa, o que mais
estranhou foi ser ocidental e está no ocidente como um estranho, mesmo falando
mais de uma língua estrangeira. Samuel destacou que de fato, os europeus nos
vêem como um povo diferente, como características indígenas e africanas, desde
a maneira de andar, falar, etc. Isso pra mim ficou muito visível, na forma como
sempre me olhavam diariamente.
Pra finalizar disse que mesmo tendo
deixado o monastério, continua seguindo os princípios budistas. Em breve vai
iniciar um trabalho em Fortaleza para difusão da doutrina na capital e que o
espaço está aberto pra quem quiser estudar o budismo em Quixeramobim e seguir
seus princípios. Pois acredita que a meditação possibilita uma integração do
corpo e da mente para buscar uma paz interior diante de um mundo tão
conturbado, mas sem as amarras das grandes religiões do mundo ocidental. Mas
preocupadas com as punições e manipulações das pessoas para fugirem do pecado,
o que não acontece na doutrina budista. Na concepção budista a liberdade se
experimenta com uma maior intensidade.
O projeto Papo Cultural é uma
conversa com personalidades que contribuem com seu trabalho, seus conhecimentos
e seus saberes diversos, para a difusão do patrimônio histórico e
desenvolvimento cultural de nosso município.
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