terça-feira, 4 de setembro de 2012

SAMUEL CAVALCANTE FALA DA SUA EXPERIÊNCIA BUDISTA NO PAPO CULTURAL



No realizado no último dia 31 de agosto, na casa de Antonio Conselheiro a 19ª edição do projeto Papo Cultural, que teve como convidado o sociólogo, Samuel Cavalcante. Natural de Quixeramobim, mas residindo em Fortaleza há vários anos, periodicamente volta a sua terra natal, e desta vez, veio apresentar a sua experiência no Budismo.
Inicialmente Neto Camorim, que estava coordenando o evento, fez uma breve apresentação do entrevistado. Samuel Cavalcante é praticante do chamado Zen do Budismo, na forma como tomou originalmente no Vietnã e como chegou ao ocidente nos anos 60 do século XX. É praticante desde 1998, quando entrou em contato com os livros escritos pelo Venerável Thich Nhat Hanh, Mestre Zen, que vive hoje em dia na Europa. Entre 2008 e 2010 morou no monastério criado por ele e que se chama em inglês de Plum Village (Vila da Ameixa) e que se localiza no sul da França. Foi ordenado monge e depois de um ano de experiência abandonou o hábito e voltou para o Brasil.
Em seguida o convidado falou um pouco há história do budismo, se é ou não uma religião, destacando a questão de “Deus” e da “reencarnação”, bem como das diversas tradições ligadas ao budismo e que são bastante diferentes entre si. Falou também de sua experiência como monge e vivendo num monastério por dois anos.
Ressaltou que um dos aspectos mais interessante na filosofia budista é a liberdade que existe na sua formação. Não existe um superior para te “orientar e vigiar”, como sempre acontece nas religiões. Você é livre para escolher sem pressão se de fato quer se tornar seguidor dessa doutrina. Destacou.
Outro ponto relevante que frisou em sua fala foi que durante esses dois anos que morou na Europa, o que mais estranhou foi ser ocidental e está no ocidente como um estranho, mesmo falando mais de uma língua estrangeira. Samuel destacou que de fato, os europeus nos vêem como um povo diferente, como características indígenas e africanas, desde a maneira de andar, falar, etc. Isso pra mim ficou muito visível, na forma como sempre me olhavam diariamente.
Pra finalizar disse que mesmo tendo deixado o monastério, continua seguindo os princípios budistas. Em breve vai iniciar um trabalho em Fortaleza para difusão da doutrina na capital e que o espaço está aberto pra quem quiser estudar o budismo em Quixeramobim e seguir seus princípios. Pois acredita que a meditação possibilita uma integração do corpo e da mente para buscar uma paz interior diante de um mundo tão conturbado, mas sem as amarras das grandes religiões do mundo ocidental. Mas preocupadas com as punições e manipulações das pessoas para fugirem do pecado, o que não acontece na doutrina budista. Na concepção budista a liberdade se experimenta com uma maior intensidade.
O projeto Papo Cultural é uma conversa com personalidades que contribuem com seu trabalho, seus conhecimentos e seus saberes diversos, para a difusão do patrimônio histórico e desenvolvimento cultural de nosso município.







Texto: Neto Camorim
Fotos: Edmilson Nascimento

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