A partir da situação de degradação do
Memorial Antônio Conselheiro, ONG Iphanaq manifesta-se com indignação
sobre a Gestão Municipal de Cultura no município, pedindo oficialmente a
intervenção do Ministério Público para a tomada de providências.
Atuando no lugar social e político da
Cultura em Quixeramobim, o Instituto do Patrimônio Histórico e Natural de
Quixeramobim (ONG Iphanaq) manifesta-se através de nota pública sobre o
desmonte da cultura em nosso município, simbolizado nas imagens de degradação
do Memorial Antônio Conselheiro, conforme matéria abaixo, com fotos, realizada
a partir de cobrança da população na cidade.
O Iphanaq apresentou no dia 9/11, por
ocasião da inauguração do prédio da promotoria em Quixeramobim, ofício
informando ao Ministério Público sobre o assunto, e solicitando ação do mesmo
sobre a gestão municipal da Cultura, estendida a esclarecimentos sobre ausência
de ação e aplicação de recursos.
O assunto foi discutido pelos integrantes
do Iphanaq, resultando em documento com assinatura dos que se posicionaram
nesse sentido. A nota continua aberta para receber mais assinaturas de quem
quiser se posicionar nesse sentido.
Acompanhe abaixo a nota pública
assinada por integrantes da entidade, texto do ofício ao Ministério Público e
imagens das esculturas do Memorial que foram ao chão, simbolizando um entre os
muitos abandonos da obra, que, inaugurado e não concluído, passou a ser um
problema a cidade, no Centro do Ceará.
Ofício ao Ministério
Público
Ilmo.
Vimos por meio deste
cumprimentar com a chegada efetiva da promotoria em Quixeramobim, parabenizando
pela conquista, do município, saudando a Promotoria local e a Procuradoria
Geral de Justiça do Ceará.
Nessa ocasião, nos
identificando como grupo que trabalha com a Cultura no campo social, a partir
das manifestações da sociedade, vem através deste informar sobre estado de
degradação do Memorial Antônio Conselheiro, no Centro da cidade, conforme
denúncias da população e matéria que segue, com fotos, publicada no site www.sistemamaior.com.br e
veiculada pelo Sistema Maior de Comunicação.
Assim, além de pedir
a esta instância solicitações de esclarecimentos sobre o fato à Gestão Municipal
de Cultura, aproveitamos também para, entendo a Cultura como Gestão, assim
existindo no ente município há mais de uma década, estender o pedido para a
prestação de esclarecimentos da gestão e da prefeitura sobre as contas públicas
da pasta Cultura, tendo em vista a não democratização de tais informações por
outros meios, seja pelo Portal da Transparência, conforme legislação vigente,
ou por instâncias como o Conselho Municipal de Cultura, o qual não vimos
movimentação alguma do município.
Ressalta-se que, em
oito anos de gestão do mesmo administrador, a população não teve conhecimento
de investimentos na área, mesmo com aprovação de orçamento anual na Câmara para
a área. Necessita-se assim ter a população informações relacionadas a este
fato, bem como interessa que sejam tomadas providências para os gestores
ordenadores de despesa e existentes para o desempenho do serviço público, como
bem sabe esta promotoria.
Att
José Aílton Brasil de
Lima
Presidente ONG
Iphanaq
Desmonte da Cultura
em Quixeramobim ou a Degradação do que seria
A partir de manifestação da população
em Quixeramobim e de material publicado, com fotos, pelo Sistema Maior de
Comunicação informando sobre abandono e degradação do Memorial Antônio
Conselheiro, nos manifestamos:
As imagens do sucateamento e abandono
do Memorial, bem como o esvaziamento, os equívocos e a falta de uso do
equipamento, bem como a própria não conclusão da obra, embora “inaugurada” em
1997, mostra simbólica e cruamente o descaso do município com a Pasta Cultura
que, oficialmente existe como Gestão Pública, recebendo recursos públicos a
partir de arrecadação do município.
Para as novas gerações, faz-se
necessário dizer que,mesmo inaugurada com cerimônia e autoridades em 1997, por
conta do centenário da Guerra de Canudos, o equipamento não foi concluído, como
já atestou o próprio profissional que a concebeu arquitetonicamente, Fausto
Nilo Costa Júnior, restando, segundo se observa, a finalização de aspectos
como:
- Cineteatro Auditório não finalizado, sem cadeiras adequadas,
climatização e acabamento;
- Degradação da rampa com passagens sobre Conselheiro/Canudos, que dá,
ou daria, acesso à pedra em Memória de Conselheiro e dos canudenses mortos em
combate. Inicialmente sem acesso à população, e em seguida com os quadros
destruídos pela ausência de acompanhamento;
- Não conclusão do Projeto de Jardinagem, para funcionamento e uso da
população;
- Ausência da criação de um acervo próprio, conforme previsto, e
esvaziamento conteudístico do pouco implantado anteriormente, como a Biblioteca
Pública Ismael Pordeus;
- Falta de programação permanente e não interação com a vida da cidade.
Informamos que o Iphanaq prestou as
informações à promotoria, por conta da instalação de prédio da mesma na cidade,
pedindo providências junto às autoridades, além de solicitar informações sobre
aplicação de recursos na Cultura como Gestão Municipal, ou a falta disso.
A Ong Iphanaq, mesmo com os obstáculos,
realiza atividades na Casa Antônio Conselheiro, discutindo com a Secult e
outras instâncias o futuro dos dois espaços, Casa e Memorial.
Por oito anos de gestão, não foi
viabilizado um diálogo concreto institucional com a Secretaria e Prefeitura,
sobre assuntos da Pasta Cultura, o que se estendeu em assuntos como a ausência
de ação para uma política de patrimônio no Centro, ocasionando na perda de
recursos para Quixeramobim no PAC do Patrimônio, após os esforços de nossa
entidade, além de outros muitos temas, como as s perdas como a ausência da
criação de produtos ligados à memória Conselheiro/Canudos, a ser trabalhada no
campo educacional.
Informamos através desta nota que
continuamos as mobilizações no campo da Cultura no município, como a
organização em curso do Conselheiro Vivo 2013, em maço do referido ano.
Atenciosamente,
Integrantes do Iphanaq, seguindo: Aílton Brasil; Antônio Carlos Lemos da
Cruz, Artur Eduardo Saraiva Costa, Danilo Almeida Patrício, Elistênio Alves,
Edmilson Nascimento, João Paulo Barbosa, Mayara Albuquerque, Iran Nascimento,
Roberto Barbosa Farias, Weynes Matos, Neto Camorim, Bruno Paulino, Mayara de Almeida Lemos.
* A nota circula no município e na
internet aberta a novas assinaturas, divulgada agora inicialmente diante da
gravidade do assunto. Interessados em assinar podem, além de procurar os
integrantes que assinam enviar nome para iphanaq@gmail.com
Fonte: Iphanaq
Texto: Danilo Patrício
Fotos: Elistênio Alves
Nenhum comentário:
Postar um comentário