Depois de algumas tentativas sem
êxito, devido seus compromissos familiares em São Paulo, o projeto papo
cultural recebeu no dia 30 de agosto na Casa de Antônio Conselheiro a Senhora Zilá Zilda Carneiro na sua 31ª edição.
Na abertura do evento o coordenador
do papo cultural, Neto Camorim, apresentou uma breve biografia da convidada que
tem muito serviço prestado a Quixeramobim.
Zilá Zilda Carneiro nasceu em 21 de
novembro de 1933, na cidade de Nipoã, São Paulo. Seus pais, o cearense José de
Araújo e a paulista Olímpia Garcia Paes Leme (hoje com 99 anos). Fez as séries
iniciais em sua terra natal e terminou em São José do Rio Preto como professora
primária em 1952. Em 1953 ingressou no magistério paulista onde lecionou até
1955, quando veio em dezembro do referido ano veio ao Ceará para conhecer
familiares de seu pai o Senhor José de Araújo.
Durante essa visita acabou
permanecendo por 45 dias, período que namorou e ficou noiva do se seu primo, o
Senhor Álvaro de Araújo Carneiro. Casou-se em maio do ano seguinte (1956), indo
morar da fazenda na fazenda Canafístula, que fica há 21 km da sede do
município. De seu casamento nasceram seis filhos. Álvaro Júnior, Aníbal Roberto
(in memória), Airton, Adilson, Amauri e Tânia.
Por 10 anos foi diretora da escola
Luíza Távora. Professora e coordenadora pedagógica da Escola Maria Carneiro.
Enquanto primeira dama foi presidente do Movimento de Promoção Social durante
as duas gestões do Senhor Álvaro Carneiro. Chegou também a presidir por 27 anos
a Centro Maternal Moraes Correia e coordenou os projetos Casulos da antiga LBA,
em todo município.
Foi Secretária de Educação na
administração do prefeito Antonio Machado. Segundo ela, uma experiência de
trabalho que não gosto nem de falar, devido o pouco resultado alcançado. Eram
tempos muito difíceis, sem estrutura de trabalho, não se tinha uma equipe de
supervisão que atendesse as demandas das escolas.
Aposentou-se com 47 anos de serviços
prestados a educação e ao movimento de promoção social do município. Atualmente
preside a QUIXERARTES (Associação de Artesão de Quixeramobim).
Zilá Zilda Carneiro é cidadã
Quixeramobinense com proposição do então vereador Dr. Anísio Mendes.
Durante sua apresentação Dona Zilá teceu
mais detalhes das informações apresentadas em sua biografia, falou do quando
gosta de Quixeramobim, terra que escolheu para morar e educar sua família.
Quando perguntada sobre sua atuação
enquanto professora e gestora dos cargos que ocupou fez algumas observações
interessantes. Quando ensinava na Escola Maria Carneiro gostava de acompanhar o
rendimento da turma. Pedia pra continuar na mesma turma para poder ver os
resultados nos anos seguintes. Enquanto gestora em todos os cargos que ocupei,
sempre procurava acompanhar as coisas de perto pra ver se estava caminhando
tudo bem. Fazia o dinheiro mesmo sendo pouco na época render o máximo para
atender as demandas da população. Claro que eram bem menores e menos complexas
como as de hoje.
Disse que nunca transformou a sua
casa local para as pessoas estarem pedindo as coisas. Aliás, segundo ela Dona
Zilá os políticos atuais viciaram demais a população. Quando Álvaro Carneiro
foi prefeito, estava todo dia na prefeitura das 11 às 13 horas para atender as
demandas da população. Tinha mania de acordar bem cedo, dar uma volta pela
cidade pra ver os problemas e tentar resolvê-los. Em seguida ia para a fábrica
de algodão até 11 horas. Só depois que ia para a prefeitura. Depois das 13
horas retornava para a fábrica.
Destacou que mesmo entendendo que são
outros tempos defendeu que estamos precisando de mais zelo pelo que é público.
A classe política está muito desacreditava. Os gestores ficam muito distantes
da população apesar de muitos assessores não conseguem resolver os problemas da
população. Frisou durante sua fala.
Também falou que tem gosto pela
leitura, principalmente de Érico Veríssimo. Todo dia à tardinha fica deitada em
casa lendo. Gosta também de cinema e artesanato. Quem quiser aprender a bordar
ou fazer Crocê está sempre disponível a ensinar na sua casa.
Ao final do evento agradeceu a Ong.
Iphanaq pelo convite para participar dessa atividade cultural. Disse que apesar
de ultimamente sempre viajar a São Paulo quer participar na medida do possível
de outras edições do Papo Cultural. Achou louvável essa iniciativa do Iphanaq
que ela nem conhecia.
O projeto Papo Cultural é
uma conversa com personalidades que contribuem com seu trabalho, seus
conhecimentos e seus saberes diversos, para a difusão do patrimônio histórico e
desenvolvimento cultural e educacional de nosso município.
Texto: Neto Camorim
Fotos: Edmilson Nascimento