A Ong. Iphanaq e o Grupo de Leitura “Sertões
e Memórias” realizaram no dia 21 de setembro uma visita ao Memorial Raquel de Queiroz-
Chalé da Pedra e a fazenda “Não me
Deixes”, distrito de Daniel de Queiroz em Quixadá. Neste local fica a casa
de escritora, no qual morou por muito tempo, e mesmo depois que foi embora, freqüentava
periodicamente. Segundo moradores ela esteve pela última vez em 2003, no mesmo
ano que veio a falecer no Rio de Janeiro. Este lugar era fonte de inspiração
para ela escrever.
O objetivo desta viagem foi
proporcionar aos participantes do grupo de leitura que em maio e junho deste
ano leram “O Quinze”, conhecer um pouco mais do contexto sociocultural e da
vida de Raquel de Queiroz, no seu ambiente familiar no sertão de Quixadá. Terra
que passou a adotar como sua, mesmo tendo nascida em Fortaleza, veio morar desde
criança.
Para a realização dessa atividade
cultural a Ong. Iphanaq teve o apoio da Fundação Cultural de Quixadá que
disponibilizou seu funcionário Cleyton com guia.
A visita começou pelo Memorial Raquel
de Queiroz, no centro de Quixadá. Local que tem um importante acervo com peças
originais e réplicas que tratam da vida e obra de escritora. Em seguida o grupo
de leitura se deslocou até a comunidade de Junco, onde fica a antiga estação de
trem que Raquel de Queiroz embarcava e desembarcada com destino a Fortaleza ou
a sua fazenda “Não me Deixes”.
Foi um momento muito importante essa
parada no Junco. Além do simbolismo por ser o local onde a escritora sempre passava
também foi falado sobre a importância do trem na economia cearense do final do
século XIX e quase todo o século XX no período da produção de algodão. Bem como
meio de transporte para as pessoas com destino a capital fugindo das secas.
Aqueles que tinham dinheiro para comprar passagem, pois os pobres geralmente
não recebiam a “ajuda” dos governos. Situação essa relatada no romance “O
Quinze”, no personagem Chico Bento e sua família que seguem a pé com destino a
Fortaleza.
Depois a viagem seguiu ao seu destino
principal a fazenda “Não me Deixes”. Chegando lá, o grupo de leitura foi
recebido pelo jovem Guidinho, que gentilmente levou-os a conhecer a casa e seu
mobiliário quase todo original e preservado, quando da época que Raquel de
Queiroz morava ou vinha visitar, mesmo quando fixou residência no Rio de Janeiro.
Na casa tem um local onde a escritora ficava reservada quando escrevia seus
livros, que os levou a ser a primeira mulher a fazer parte da academia
Brasileira de Letras.
O ambiente da casa é significativo
não só por ter sido residência de Raquel de Queiroz. A mobília da casa, com
seus potes, tamboretes, fogão de lenha, moinho, prensa de queijo, cantareira,
baús e outros acessórios típicos do sertão até um passado não muito distante.
Além da vegetação nativa grande parte preservada. Tudo isso torna o ambiente
para o visitante algo mais enriquecedor de culturas e saberes diversos. Para os
participantes do grupo de leitura de foram a viagem foi uma experiência muito
válida. Destacou professor Willamy Nunes, que também estava participando da
viagem.
Segundo o coordenador do grupo de
leitura, João Paulo Barbosa é que sejam feitas outras viagens pelo sertão
durante as leituras dessas obras. É interesse da coordenação do projeto levar o
grupo a conhecer Serrinha de Santa Maria e Fazenda Oiticica, locais onde foi
ambientado o romance, “O Sertanejo” de José de Alencar, livro no qual estamos
lendo. Portanto, vamos nos organizar para visitar esses lugares que ficam
pertinho da cidade, mas nos sertões de Quixeramobim. Ressaltou.
Vale ressaltar também, que o Iphanaq para
realizar essa ação cultural teve o apoio da Secretaria de Cultura e Turismo de
Quixeramobim que disponibilizou o tranporte.
Neto Camorim - Historiador e Integrante da Ong.
Iphanaq
netocamorim@gmail.com
Texto: Neto Camorim
Fotos: Willamy Nunes e Ivyna Driely
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