Foto: Elistênio Alves |
Como todos os anos, um tema é escolhido pelo Centro de Defesa dos Direitos Humanos Antônio Conselheiro (CDDH-AC), que organiza o evento para que os inúmeros fiéis possam refletir. Dada a preocupação com o sistema hídrico da cidade, o tema escolhido em 2014 foi: “Pela Preservação das Águas do Patú, fonte de vida e construção da liberdade – Em defesa da dignidade humana”.
A Caminhada movimenta o município desde o início do final de semana. A cidade vive um ar diferente com a chegada de inúmeros romeiros e visitantes de outros municípios que todos os anos participam da Caminhada que tem início de madrugada. Guiados por cânticos, leituras e rezas, os peregrinos caminham os cerca de seis quilômetros que separam a Igreja de Senador Pompeu do cemitério localizado no terreno da Barragem do açude Patú em pouco mais de duas horas.
Os retirantes levam em sua maioria água e pão, pois segundo a tradição, esses mantimentos devem ser oferecidos às almas, afinal às inúmeras pessoas morreram justamente por falta deles. E é em intenção dessas almas que se celebra uma missa ao final da Caminhada.
Apesar da importância histórica e religiosa do evento, segundo a organização, este ano foram enfrentadas dificuldades para a sua realização, pois importantes pessoas ligadas à comunicação da cidade e até mesmo o governo municipal não teriam empenhado esforços na execução do mesmo.
Para o historiador Neto Camorim, que acompanhou o Sistema Maior e também participou pela primeira vez da Caminhada, é preciso valorizar a história da região: “A Caminhada da Seca em Senador Pompeu é um momento místico, de religiosidade e muita fé em memória as almas daqueles que morreram de fome, sede e cólera no campo de concentração para não fugirem em direção a Fortaleza. Precisamos conhecer e valorizar a história de nossa região do Sertão Central cearense”, disse. Neto faz parte da ONG. Iphanaq, que fez registros em vídeo para a produção de um documentário sobre o evento.
Enviados Especiais Ong. Iphanaq
Elistênio Alves e Neto Camorim
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