Viana Filho ao lado de seu fiel escudeiro do Brega da Cristal, Mortadela. |
Foi um momento ímpar. Assim como em sua primeira exibição, na Casa de Conselheiro, aquele espaço reservava mais uma noite de emoção. Fomos da ideia inicial até o produto final. Abaixo uma descrição sobre o nosso personagem. Escrevo com a ajuda do amigo Danilo Patrício, sobre o amor de Viana pela bola, pelo trem, e pelo rádio.
Sobre Viana (Melodia)
Um repórter visceral e um agitador cultural, no mais intenso que essa expressão possa propagar. Aquele que agita a vida inventando coisas, mais notadamente pelo futebol, que faz projetar num espaço entre o profissionalismo por nós sonhado, distantes dos centros econômicos, e respondido com nossa interpretação matreira na forma de arte, que permite interpretar vestindo uniformes. Vestimentas que dão um caráter simbólico e importante ao trabalhador braçal, à maioria que faz o futebol em cidades e povoados como os nossos, espalhados pelo Brasil.
Divulgador de campeonatos que realizou e realiza até hoje. Campeonatos como o de Tunísia, na Zona Rural de Quixeramobim, onde sempre com fartura e ternura é recebido pelos irmãos Pepe, Bula e Boxó, que capitaneiam o Bangu de Tunísia. Craques do Sertão. Muito além de dirigentes, pessoas outras, como Fransquinho Pereira, Seu Luíz, Lídio, Tochinha, Ribamar Peba, que dão um sentido à vida pelo futebol, embalado pelo rádio, guiado por Viana, chegando ao lúdico e vivenciando com fantasia os sentimentos, rudes e nobres, que nos ligam tão intensamente pelo esporte.
Viana é 'pelejante' do dia a dia, esforçado para colocar seu programa no ar, ditas as dificuldades que ainda enfrenta até hoje para lidar com a rebeldia às emissoras e com as ¨otoridades¨, com quem trava pelejas menos estimulantes, e a quem nada deve, com o agravante da tentativa de alguma medida ser passada como favor.
Na medida em que vemos um Viana amigo dos chamados dirigentes, sendo todos, antes de desportistas, vibradores da folia que é o radiofutebol, estamos de certa forma falando de um inventor. Viana tem alguns rumos no formato esportivo, mas nunca uma camisa de força. Por vezes o radialista é radicalmente experimental.
O repórter é contador de causos, histórias e lambanças que envolveram diversos personagens do futebol de Quixeramobim, dentre eles o Jolí, Boquita, Maurício, Catolé, Rama, Turica, Tachiquim, Bozó, Edilson Barbeiro (in memória), Laudelino de Algodões, Tarcísio da Cacimba Nova, entre outros. Viana é um ponta direita como Garrincha, ou mesmo Xerém, do Flamengo do Quinim, tem a calma de Gerson, ou Neto Sabugo. Vejamos qual a melhor jogada para a escrita da voz, fazendo com que as estórias cheguem a outros leitores e se tornem eternas. Na verdade nós somos jogadores a digitar o que o treinador Viana ditar.
por
Elistênio Alves (colaboração texto melodia Danilo Patrício)
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