Durante o mês de junho, período que
acontece em Quixeramobim as festas de Santo Antônio, o projeto Papo Cultural
realiza um bate papo especial durante os festejos do glorioso. Este ano aconteceu
no dia 08 de junho, tendo como convidado o professor José Artur Costa, que falou sobre sua vida, trajetória
profissional, familiar, musical e esportiva, na 29ª edição do Papo Cultural,
que todo mês acontece na casa de Antonio Conselheiro.
Inicialmente o coordenador do evento,
Neto Camorim, fez uma breve apresentação do convidado, destacando um pouco de
sua história e trajetória profissional. Em seguida foi dado início a sua
apresentação, a partir de um roteiro organizado com a colaboração do professor Antônio
Carlos, amigo e compadre do convidado.
INFÂNCIA E JUVENTUDE E
CASAMENTO- De início
professor José Artur falou de sua infância e suas recordações da cidade quando
menino, das lembranças dos banhos no rio Quixeramobim e jogos de futebol na
areia do rio. Algo que infelizmente não existe mais, pois o rio está poluído e
abandonado. Destacou a influência dos
pais em sua vida. “A minha mãe era costureira, costurava as roupas cantando,
isso contribuiu para o meu gosto pela música. Meu pai era coletor na cidade,
uma pessoa muito fechada, mas de uma generosidade muito grande. Respeito,
disciplina e responsabilidade foram heranças que recebi deles e procuro
honrá-los”.
Disse também que na sua juventude
teve muita influência do rádio, em Quixeramobim na época, não tinha televisão.
Ouvia muitos programas de rádio (Ceará Rádio Clube, Rádio Nacional (RJ),
Sociedade da Bahia, Rádio Jornal do Comércio (PE). Depois surgiu na cidade
radiadora do Fenelon Câmara, hoje Rádio Difusora Cristal. Todo esse contexto
influenciou o seu gosto musical, despertando o gosto em fazer serestas pela
cidade, colocando o rádio na janela da casa de suas paqueras e dos amigos e
primos. Depois passou a realizar serestas com violão e a frequentar bailes no
Quixeramobim Clube, ponto de encontro da juventude nas festas da cidade.
Falou de quando foi morar em
Fortaleza para estudar no colégio cearense e morar com Fausto Nilo e outros
primos. Relatou suas aventuras na capital, o gosto pelo cinema e a música
sempre na companhia desses parceiros. Quando perguntado se a inspiração musical
do Fausto Nilo veio dessa época, ele falou. O gosto musical em nossa família é
genético, está no DNA. Brincou. Mas com seriedade explicou que de fato a
família Costa e Frutuoso sempre tiveram afinidade com a música. É uma grande
paixão. Frisou.
Outro aspecto que abordou ainda
relacionado à sua juventude, o período que estudou no Colégio Jesuíta de
Baturité e sua atuação enquanto jogador de Vôlei na seleção cearense. Acredito
que minha passagem pelo vôlei só aumentou minha paixão também pelo esporte de
um modo geral.
Ainda durante a primeira parte do
papo, José Artur falou sobre o seu casamento. De como conheceu dona Jandira sua
esposa e como aconteceu a paquera inicial na passagem do pontilhão do trem,
onde hoje se localiza o inacabado memorial de Antônio Conselheiro. Durante
todos esses anos tem sido uma grande companheira. Ela me entende, claro que
existe desavenças como qualquer casal, mas ela me entende. Quando reclamo de
algo que não está dando certo e no intuito de melhorar. Planejamos dois filhos
e graças a Deus saiu como programamos para oferecer-lhes uma melhor educação.
Hoje eles nos dão muitas alegrias, além dos netos.
BOÊMIDADE E FESTAS DE
SANTO ANTÔNIO- Como
sempre gostou de música, procurou ter amizade com violonistas pra amimar as
serestas nos encontro com amigos e familiares regados a música. Destacou a
amizade como Dico, Iza Caetano e Daboi que atualmente com Paulo de Tarso,
Terezinha Oliveira, Liduína Leite e outros têm construído um espaço de lazer no
salão paroquial, para os amantes da boa música. A Boêmidade surgiu da
necessidade de se criar um momento cultural para nossa geração.
Outro ponto que frisou foi à festa de
Santo Antonio e sua participação nela, juntamente com a juventude de sua época.
As brincadeiras no parque, oferecer música para as paqueras de maneira anônimas
na radiadora. Enfim havia um maior entrelaçamento de amizade, diversão e
respeito na festa maior do que hoje.
CARGOU PÚBLICOS QUE
OCUPOU- Além de
professor de matemática no antigo Colégio Estadual Andrade Furtado e Escola
Assis Bezerra, ocupou outras funções públicas. Diretor da DERE atual 12ª CREDE
em Quixadá, diretor do posto do IPEC em Quixeramobim, hoje ISSEC, Diretor da
Escola Agrícola de Ensino Fundamental Dep. Leorne Belém, Secretário Municipal
de Educação. Foi eleito diretor do colégio estadual, mas em lista tripla, mas
quem foi escolhida foi à professora Socorro Pinheiro.
Comandou o esporte de Quixeramobim
por 14 anos, tendo como grande parceiro na liga Esportiva o senhor Acrísio
Mendes Pereira. Durante seu período no comando do esporte do município,
organizou as olimpíadas “Verde Oliva”, que recebia diversas delegações de outros
municípios em Quixeramobim. Além do destaque da seleção de Quixeramobim nos
intermunicipais, consagrando-se campeã em 1989.
RADIALISTA E
DESPORTISTA- Seu
gosto pelo rádio, ainda é latente. Ainda hoje apresenta todo sábado um programa
das 5 as 8h da manhã na Rádio Campo Maior, onde faz questão de frisar, “lá se
toca boa música”.
Mas durante muito tempo atuou como
comentarista esportivo nas partidas de futebol no estádio carneirão ou no
campeonato de futebol de salão mais recentemente. Sempre foi apaixonado por
esporte.
Para finalizar algumas pessoas
presentes fizeram comentários sobre o convidado, como professor Antonio Carlos
e Terezinha Oliveira, que falou do livro de memória do futebol de Quixeramobim
que o professor José Artur está escrevendo. Algo confirmado por ele. Disse que
resolveu escrever estimulado pelo médico Luciano Marques. Está quase na
conclusão do livro e disse que não quer ganhar dinheiro com a obra, mas
homenagear e registrar a memória do futebol local.
Em seguida, Neto Camorim repassou ao
professor Antônio Carlos a menção honrosa preparada pelo Iphanaq, para ser
entregue ao professor José Artur Costa pela sua participação no 29º Papo
Cultural.
NOITE REIMOSA- Após o papo aconteceu na lateral da
casa de conselheiro a 5ª noite reimosa conduzida por João Paulo, exclusiva com
disco de vinil. Cada um dos presentes escolhia sua música e deixava na fila de
espera pela sua vez, além de alguns convidados trazerem seus discos. Outros
recitaram poesias, saboreando a deliciosa caipirinha feita pelo presidente da
Ong. Iphanaq Ailton Brasil.
Neto Camorim- Coordenador do Papo Cultural e
integrante da Ong. Iphanaq
Texto: Neto Camorim
Fotos: Edmilson Nascimento
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