No dia 29 de abril o Cineclube Iphanaq esteve
no Assentamento Olho D’água do Forno, nas proximidades da Serrinha de Santa
Maria realizando exibição de cinema. Foi a primeira vez que esse projeto esteve
na citada comunidade. E para marcar a estreia foram exibidos os filmes: O curta
infantil “Calango Lengo” e o documentário de Sérgio Resende “Sertão, Sertões”.
O primeiro
destaca de maneira bem animada a
trajetória do nordestino,
tem que cumprir seu destino, sem ter o que pôr no prato. Na seca não há outra
sorte: viver fugindo da morte, como foge o rato do gato. Essa curta sempre quando exibido a
criançada gosto muito. Desperta a curiosidade do público infantil. A mensagem
do filme diz muito da realidade sertaneja. Destacou o presidente da Ong.
Iphanaq Ailton Brasil, que esteve prestigiando o cinema no Assentamento Olho D’água.
O segundo filme
apresentado, inspirado em
dois clássicos da literatura brasileira, Os Sertões, de Euclides da Cunha e
Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, o filme é uma reflexão sobre a
categoria mítica do sertão no Brasil contemporâneo.
O deslocamento das populações
rurais para os grandes centros urbanos e, do outro lado, a expansão das
fronteiras agrícolas brasileiras, parecem confirmar a profecia famosa de
Antonio Conselheiro: “O sertão vai virar praia, a praia vai virar sertão”.
No mundo globalizado em que vivemos talvez se possa expandir o conceito de sertão para outras regiões do mundo, sendo o sertão o mundo do atraso e o litoral o assim chamado primeiro mundo.
No mundo globalizado em que vivemos talvez se possa expandir o conceito de sertão para outras regiões do mundo, sendo o sertão o mundo do atraso e o litoral o assim chamado primeiro mundo.
Filmado ao
longo de dois anos, a produção percorreu os territórios míticos de Rosa e
Euclides, o norte de Minas e o sertão baiano. Esteve também em Rondônia, palco
da rebelião dos operários da usina de Jirau. E se debruçou sobre o novo
“sertão” das comunidades pobres do Rio de Janeiro, sobretudo a da Rocinha e
Dona Marta. (Fonte: TV Câmara).
Segundo os moradores da comunidade esse
documentário, assim como o primeiro filme apresentado, retratam com muita
fidelidade as incompreensões e definições do que seja o sertão. E esse filme
nos mostra que o sertão está em todo lugar em qualquer parte do mundo. De fato
existe uma mistura de saberes e culturas diversas, mas infelizmente o que ainda
se vê são preconceitos e rotulações contra a s populações sertanejas, muitas
vezes taxadas de “atrasadas”, o que não é verdade. Portanto esse filme nos
ajuda a fazer essa reflexão. Destacaram.
O projeto Cineclube é uma ação cultural da
Ong. Iphanaq que todo mês viaja as comunidades rurais de Quixeramobim para exibir
cinema nacional e gratuito. Tem o apoio cultural do SESC-Ler e do Sistema Maior
de Comunicação.
Texto: Neto Camorim
Fotos: Fausto Lopes e Edmilson Nascimento
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