terça-feira, 28 de abril de 2015

Artigo: Alô, Viana Filho!

Viana Filho ao lado de seu fiel escudeiro do Brega da Cristal, Mortadela.
Nesta sexta-feira, 24, fui convidado para participar do projeto Papo Cultural em sua edição de número 50. Não só eu, mas outros amigos do Patrimônio na Tela também estiveram presentes, dos quais destaco Dimitra, Nascimento e Sara, que participaram das filmagens do documentário sobre a vida de Viana Filho.

Foi um momento ímpar. Assim como em sua primeira exibição, na Casa de Conselheiro, aquele espaço reservava mais uma noite de emoção. Fomos da ideia inicial até o produto final. Abaixo uma descrição sobre o nosso personagem. Escrevo com a ajuda do amigo Danilo Patrício, sobre o amor de Viana pela bola, pelo trem, e pelo rádio.

Sobre Viana (Melodia)
Um repórter visceral e um agitador cultural, no mais intenso que essa expressão possa propagar. Aquele que agita a vida inventando coisas, mais notadamente pelo futebol, que faz projetar num espaço entre o profissionalismo por nós sonhado, distantes dos centros econômicos, e respondido com nossa interpretação matreira na forma de arte, que permite interpretar vestindo uniformes. Vestimentas que dão um caráter simbólico e importante ao trabalhador braçal, à maioria que faz o futebol em cidades e povoados como os nossos, espalhados pelo Brasil.

Divulgador de campeonatos que realizou e realiza até hoje. Campeonatos como o de Tunísia, na Zona Rural de Quixeramobim, onde sempre com fartura e ternura é recebido pelos irmãos Pepe, Bula e Boxó, que capitaneiam o Bangu de Tunísia. Craques do Sertão. Muito além de dirigentes, pessoas outras, como Fransquinho Pereira, Seu Luíz, Lídio, Tochinha, Ribamar Peba, que dão um sentido à vida pelo futebol, embalado pelo rádio, guiado por Viana, chegando ao lúdico e vivenciando com fantasia os sentimentos, rudes e nobres, que nos ligam tão intensamente pelo esporte.

Viana é 'pelejante' do dia a dia, esforçado para colocar seu programa no ar, ditas as dificuldades que ainda enfrenta até hoje para lidar com a rebeldia às emissoras e com as ¨otoridades¨, com quem trava pelejas menos estimulantes, e a quem nada deve, com o agravante da tentativa de alguma medida ser passada como favor.

Na medida em que vemos um Viana amigo dos chamados dirigentes, sendo todos, antes de desportistas, vibradores da folia que é o radiofutebol, estamos de certa forma falando de um inventor. Viana tem alguns rumos no formato esportivo, mas nunca uma camisa de força. Por vezes o radialista é radicalmente experimental.

O repórter é contador de causos, histórias e lambanças que envolveram diversos personagens do futebol de Quixeramobim, dentre eles o Jolí, Boquita, Maurício, Catolé, Rama, Turica, Tachiquim, Bozó, Edilson Barbeiro (in memória), Laudelino de Algodões, Tarcísio da Cacimba Nova, entre outros. Viana é um ponta direita como Garrincha, ou mesmo Xerém, do Flamengo do Quinim, tem a calma de Gerson, ou Neto Sabugo. Vejamos qual a melhor jogada para a escrita da voz, fazendo com que as estórias cheguem a outros leitores e se tornem eternas. Na verdade nós somos jogadores a digitar o que o treinador Viana ditar.

por
Elistênio Alves (colaboração texto melodia Danilo Patrício)

Instituto Antônio Conselheiro (IAC) recebe exibição do documentário “A Bola, o Trem e o Rádio”

O documentário “A Bola, o Trem e o Rádio” ganhou mais uma exibição na manhã desta segunda-feira, 27. Desta vez a exibição aconteceu no Instituto Antônio Conselheiro (IAC), para monitores e colaboradores.


O filme casou justamente com a temática trabalhada pelo IAC, que é a Zona Rural. Muitos dos que assistiram ao filme se viram representados na película porque eles também fazem parte do futebol de várzea, muito bem exemplificado.

O documentário conta a história do radialista Viana Filho, que tem laços de vida ligados à antiga REFFSA, o futebol e com o rádio.

Foto: Sara Oliveira

Papo Cultural de número 50 faz uma viagem no mundo audiovisual

O projeto Papo Cultural celebrou um número significativo na última sexta-feira, 27, na Casa de Conselheiro. Foi a quinquagésima (50ª) edição do Projeto, que tem como foco conversar com personalidades que contribuem com seu trabalho, seus conhecimentos e seus saberes diversos, para a difusão do patrimônio histórico e o desenvolvimento cultural e educacional em Quixeramobim e na Região.

Para festejar a data, a ONG IPAHANQ, organizadora do evento, convidou os alunos do projeto Patrimônio na Tela, para mostrarem um pouco de suas produções audiovisuais desenvolvidas a partir do projeto. Foram apresentados ao público o documentário “A Bola, o Trem e o Rádio”, e ainda falas sobre o filme “Damas de Barro”.
Em Equipe - Os alunos do curso - Elistênio Alves, Dimitra Queiroz e Edmilson Nascimento - mostraram um pouco do trabalho de produção e concepção da ideia do filme “A Bola, o Trem e o Rádio”. Foi um momento de apresentação das primeiras entrevistas realizadas, ainda no processo de pesquisa com o personagem que carrega a história do vídeo, o radialista Viana Filho.

Os alunos mostraram um pouco dos momentos ‘extra’ gravações, e ainda o cronograma de filmagem e a opção visual do filme para chegar ao produto final. Além disso, o momento foi propício porque o próprio filme sofreu influência forte do projeto Papo Cultural, pois o interesse de filmar o Viana como personagem surgiu após apresentação do mesmo na edição de número 16 do Projeto.
As alunas do Patrimônio na Tela - Mayara Albuquerque e Maria Auricélia - também falaram no Papo. As duas falaram do processo de edição e da fase atual do filme “Damas de Barros”. A película filmada na localidade de Poço Grande contará a história de quatro senhoras que trabalharam com barro, as chamadas ‘louceiras’. O produto deverá ser lançado em junho, durante a Noite Reimosa, evento já anualmente marcante, articulado por membros da ONG IPHANAQ.

Fotos: Edmilson Nascimento e Neto Camorim

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Poço Grande recebe exibição do CINECLUBE IPHANAQ

No último dia 15 de abril, a comunidade de Poço Grande, sede rural de Quixeramobim, recebeu a caravana da ONG IPHANAQ para mais uma exibição de cinema pelo Sertão, com o projeto CINECLUBE IPHANAQ. Na oportunidade os moradores assistiram dois filmes ligados à área do esporte.
As duas produções apresentadas foram produzidas no Ceará. A primeira delas foi “Loucos de Futebol”, do cineasta Halder Gomes. O filme retrata o amor de um torcedor por seu time. Halder é cearense, natural de Senador Pompeu, e mostrou em seu filme a paixão sua e de milhares de loucos pelo time do Fortaleza. As gravações aconteceram no entorno do Estádio Castelão, antes mesmo da reforma para a Copa do Mundo de 2014. O documentário é também uma homenagem para seu primo, que morreu em decorrência de violência causada por torcidas rivais.
A segunda apresentação foi o documentário “A Bola, o Trem e o Rádio”, da turma (2014) do projeto Patrimônio na Tela. O filme retrata um pouco da vida do radialista Viana Filho. O personagem é uma figura do imaginário popular da cidade. Sua vida é marcada pelo trabalho na infância como telegrafista de trem, depois pela inserção no mundo do futebol e em seguida no meio do rádio, sempre marca na trajetória. Viana é mostrado narrando jogos de várzea no interior, uma das principais características da película. Logo após a exibição, foi aberto um pequeno debate sobre a construção do filme.

Texto: Elistênio Alves
Fotos: Neto Camorim e Edmilson Nascimento