sexta-feira, 28 de setembro de 2012

CINECLUBE IPHANAQ REALIZA EXIBIÇÃO DURANTE OS FESTEJOS DA PADROEIRA DA COMUNIDADE DE LAJES



No último dia 26 de setembro, o Cineclube Sesc-Iphanaq esteve pela primeira realizando exibição na comunidade de Lajes, há 50Km da sede do município, durante os festejos de Santa Terezinha, padroeira daquela comunidade. Na ocasião, foram apresentados os documentários: “Profetas da Chuva e da Esperança” e “Boi de Reisado de Quixeramobim do Mestre Piauí”. Tais exibições fizeram parte da programação cultural da festa da padroeira, da referida comunidade.
O primeiro documentário, Profetas da Chuva e da Esperança, de Márcia Paraíso, é uma produção realizada em 2007, no município de Quixadá, sertão central cearense, onde alguns agricultores através de suas observações e conhecimentos do tempo buscam uma forma de explicar e reconhecer os sinais da natureza. Algo que no mundo contemporâneo, essa capacidade tem se perdido. Mesmo assim, esses homens conhecidos como profetas da chuva, traduzem previsões em esperança de inverno no sertão.
O segundo documentário Boi de Reisado de Quixeramobim, uma produção dos alunos do ponto de cultura patrimônio vivo e Alexandre Veras, através do projeto Interações Estéticas da FUNARTES, realizado em 2009, apresenta através de depoimentos do mestre Piauí e imagens de seus brincantes, a trajetória do Boi de Reisado de Quixeramobim, comandado por ele há mais de 60 anos.
Além das exibições dos documentários, o coordenador do Cineclube, Neto Camorim, fez a entrega do CD/DVD Boi de Reisado para a Escola Francisco Baia do Rêgo, da comunidade de Lajes, para que os professores possam realizar apresentações culturais com seus alunos, e levarem os mesmos a conheceram à cultura do reisado, e assim valorizá-los essa importante manifestação cultural de nosso sertão. É importante destacar que esse CD/DVD está sendo entregue gratuitamente pela Ong. Iphanaq em todas as escolas do município.
Segundo Elizete Sousa, integrante da equipe de coordenação da festa “é importante ressaltar, que além da programação cultural apresentada, pela presença do cineclube em nossa comunidade, a data 26 de setembro é o aniversário de 14 anos da Igreja de Lajes. O que representa para todos nós motivo de muita alegria, solidariedade e trabalho coletivo. Pois é dessa forma que podemos resumir a história da construção de nossa capela”. Destacou.
O projeto cineclube é uma realização da Ong. Iphanaq em parceria com o SESC-Ler de Quixeramobim, que mensalmente visita uma comunidade rural do município com exibição de cinema gratuito. Tem o apoio do Sistema Maior de Comunicação e da Fundação Canudos.






Texto: Neto Camorim
Fotos: Elistênio Alves

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

GRUPO DE LEITURA SERTÕES E MEMÓRIAS INICIAM O ESTUDO DA LUTA DE “OS SERTÕES”



O grupo de leitura “Sertões e Memórias” se reuniram no último dia 14 de setembro, na casa de Antonio Conselheiro e iniciaram a leitura e debate da luta, 3ª parte da obra “Os sertões”. Neste encontro o grupo discutiu os antecedentes da campanha de Canudos, onde segundo Euclides da Cunha, despontou da convergência espontânea de todas as forças desvairadas e perdidas nos sertões. Jagunços, cangaceiros, capangueiros, etc. Também foram estudados, as causas próximas da luta em Uauá e o incidente em Juazeiro, da compra da madeira para a construção da igreja nova de Canudos, caracterizando-se a primeira expedição.
Outra parte de livro debatido no encontro foi os preparativos da reação, a chamada guerra das caatingas. Para Euclides, “elas são um aliado incorruptível do sertanejo em revolta... As caatingas não o escondem apenas, amparam-no”.
Fechando o encontro, foi refletida no grupo a questão da autonomia, considerada duvidosa. O que se preestabelecera pelo governo baiano da época, era a vitória inevitável sobre a rebeldia sertaneja no qual considerava insignificante. O que não foi bem assim. Precisou o governo e suas forças repressoras intervir para destruir Canudos. Estava pronto o cenário para um dos mais sangrentos e dramáticos episódios de nossa história, tão mal contada.
O grupo “sertões e memória” darão continuidade na leitura “Luta”, e até o próximo encontro no dia 10 de outubro, onde será discutida a travessia do cambaio.





Texto: Neto Camorim
Fotos: Edmilson Nascimento

terça-feira, 4 de setembro de 2012

SAMUEL CAVALCANTE FALA DA SUA EXPERIÊNCIA BUDISTA NO PAPO CULTURAL



No realizado no último dia 31 de agosto, na casa de Antonio Conselheiro a 19ª edição do projeto Papo Cultural, que teve como convidado o sociólogo, Samuel Cavalcante. Natural de Quixeramobim, mas residindo em Fortaleza há vários anos, periodicamente volta a sua terra natal, e desta vez, veio apresentar a sua experiência no Budismo.
Inicialmente Neto Camorim, que estava coordenando o evento, fez uma breve apresentação do entrevistado. Samuel Cavalcante é praticante do chamado Zen do Budismo, na forma como tomou originalmente no Vietnã e como chegou ao ocidente nos anos 60 do século XX. É praticante desde 1998, quando entrou em contato com os livros escritos pelo Venerável Thich Nhat Hanh, Mestre Zen, que vive hoje em dia na Europa. Entre 2008 e 2010 morou no monastério criado por ele e que se chama em inglês de Plum Village (Vila da Ameixa) e que se localiza no sul da França. Foi ordenado monge e depois de um ano de experiência abandonou o hábito e voltou para o Brasil.
Em seguida o convidado falou um pouco há história do budismo, se é ou não uma religião, destacando a questão de “Deus” e da “reencarnação”, bem como das diversas tradições ligadas ao budismo e que são bastante diferentes entre si. Falou também de sua experiência como monge e vivendo num monastério por dois anos.
Ressaltou que um dos aspectos mais interessante na filosofia budista é a liberdade que existe na sua formação. Não existe um superior para te “orientar e vigiar”, como sempre acontece nas religiões. Você é livre para escolher sem pressão se de fato quer se tornar seguidor dessa doutrina. Destacou.
Outro ponto relevante que frisou em sua fala foi que durante esses dois anos que morou na Europa, o que mais estranhou foi ser ocidental e está no ocidente como um estranho, mesmo falando mais de uma língua estrangeira. Samuel destacou que de fato, os europeus nos vêem como um povo diferente, como características indígenas e africanas, desde a maneira de andar, falar, etc. Isso pra mim ficou muito visível, na forma como sempre me olhavam diariamente.
Pra finalizar disse que mesmo tendo deixado o monastério, continua seguindo os princípios budistas. Em breve vai iniciar um trabalho em Fortaleza para difusão da doutrina na capital e que o espaço está aberto pra quem quiser estudar o budismo em Quixeramobim e seguir seus princípios. Pois acredita que a meditação possibilita uma integração do corpo e da mente para buscar uma paz interior diante de um mundo tão conturbado, mas sem as amarras das grandes religiões do mundo ocidental. Mas preocupadas com as punições e manipulações das pessoas para fugirem do pecado, o que não acontece na doutrina budista. Na concepção budista a liberdade se experimenta com uma maior intensidade.
O projeto Papo Cultural é uma conversa com personalidades que contribuem com seu trabalho, seus conhecimentos e seus saberes diversos, para a difusão do patrimônio histórico e desenvolvimento cultural de nosso município.







Texto: Neto Camorim
Fotos: Edmilson Nascimento