quarta-feira, 30 de julho de 2014

42º Papo Cultural: Professor Neto Camorim exibe imagens de visita feita este mês aos Sertões de Canudos

O professor e historiador Neto Camorim exibiu na noite da última sexta-feira, 28, na Casa de Antonio Conselheiro, durante o 42º Papo Cultural, imagens de sua mais recente viagem aos Sertões de Canudos, Bahia.


Durante apresentação, Camorim falou de todo o percurso da viagem, desde sua saída de Quixeramobim até chegar em Bendegó, Distrito da cidade de Canudos (BA), onde, de lá, iniciou o percurso pelas cidades que compõem o entorno da histórica Canudos. O professor visitou na Bahia os municípios de Euclides da Cunha, Uauá, Quijingue e Monte Santo.


Neto havia programado com amigos a viagem desde o ano passado, mas, na impossibilidade destes, seguiu sozinho, mas sempre com espírito peregrino de Conselheiro. Durante a passagem por Euclides da Cunha, foi recebido pelo também professor Carlos Carneiro, que foi uma espécie de guia durante a viagem, conhecedor que é da região. Carlos Carneiro esteve em Quixeramobim em março, durante o Conselheiro Vivo, integrando delegação de Canudos que anualmente realiza a viagem.


Em Canudos, Neto também reviu amigos e ainda visitou o roçado de Dona Bebé, uma simpática senhora que recebe comitivas em sua própria casa durante a Romaria da Terra, que acontece anualmente em outubro. Ele revelou que havia se emocionado quando viu uma pequena casa de ‘taipa’ no roçado de Dona Bebé: “Quando vi aquela casinha naquele roçado lembrei logo de minha infância, morei em uma casinha parecida junto de meus pais”, disse aos presentes.
Ao final do Papo Cultural, o professor fez uma homenagem a Ariano Suassuna, que recentemente nos deixou. Ele leu um artigo do professor Gilmar de Carvalho, publicado nos últimos dias no Jornal O Povo, e comentou sobre sua importância para a cultura Nordestina.

O projeto Papo Cultural acontece na noite última sexta-feira de cada mês, na Casa de Antonio Conselheiro, 19h30, em Quixeramobim. É uma realização da Ong Iphanaq.

Texto e postagem: Elistênio Alves
Fotos: Edmilson Nascimento

sexta-feira, 18 de julho de 2014

CINECLUBE IPHANAQ RETORNA A VILA DE FOGAREIRO NOS FESTEJOS DA PADROEIRA




Em noite festiva, o Cineclube Iphanaq retornou no dia 15 de julho a Vila de fogareiro com exibição de cinema, na festa da padroeira daquela comunidade o sagrado Coração de Maria. Na ocasião foi exibido o curta, “Menina Espantalho”. Este filme retrata a vida de Luzia que mora no campo com seus pais e o irmão Pedro. Quando Pedro começa a ir à escola, Luzia quer acompanhá-lo, mas é impedido pelo pai. Enquanto vigia um arrozal, ela busca outros caminhos para aprender a ler. É um belo filma.
Além da presença da comunidade que veio prestigiar a exibição do filme, também estiveram presente os alunos do SESC-Ler de Quixeramobim numa caravana de dois ônibus. Além da coordenadora pedagógica Leni Oliveira e uma equipe de professores que foram participar do evento. Bem como a equipe da TV diária que foi fazer uma reportagem sobre o projeto cineclube desenvolvido pela Ong. Iphanaq e SESC-Ler.
Segundo o professor Carlos André, morador na comunidade de Fogareiro o retorno do cineclube durante os festejos da padroeira só veio a somar as atividades da festa. Até porque o filme apresentado traz uma reflexão importante na realidade e isso é fundamental para a participação das pessoas no debate após o filme. Quando o filme estimula a fala das pessoas é muito bom. Por isso quero agradecer o Iphanaq por sempre trazer o cinema em nossa comunidade nas festas da padroeira nos últimos três anos, e também o SESC-Ler que veio com seus alunos e professores prestigiar a nossa comunidade nessa noite. Ressaltou
O projeto Cineclube é uma ação cultural da Ong. Iphanaq e tem o apoio cultural do SESC-Ler e do Sistema Maior de Comunicação, que mensalmente realiza exibição de filmes nacionais gratuitos nas comunidades do município.







Texto Neto Camorim
Fotos: Ailton Brasil e Suerlene Oliveira

terça-feira, 15 de julho de 2014

PERCURSOS DE UM CONTERRÂNEO




Antônio Vicente Mendes Maciel é uma das maiores personalidades estudadas, pesquisadas e debatidas nas Universidades brasileiras e internacionais, em escolas públicas e particulares é uma figura que não pertence tão somente ao Ceará, a Bahia, ao Brasil ele é universal não pertence a ninguém e ao mesmo tempo é de todos, parece paradoxo, mas é real.
Em 1871 após passar por várias cidades do estado do Ceará, chega aos estados de Pernambuco e Sergipe, os estudos mostram que só a partir de 1876 Antônio Vicente Mendes Maciel pisou em solo baiano já com alguns seguidores instalando-se em Itapicuru que faz fronteira com o estado de Sergipe. Ali os noticiários dão conta da passagem do beato pelo povoado de Rainha dos Anjos, onde foi preso acusado de ter matado sua mãe e esposa, levado de volta ao Ceará. Inocência provada retorna à Bahia em 1880 onde constrói uma igreja e um cruzeiro, concluídos em 1892 no povoado de Bom Jesus onde hoje é a atual Crisópolis e assim o peregrino percorre diversos municípios: Aporá, Entre Rios, Chorrochó, Biritinga, Olindina, Ribeira do Amparo, Esplanada, quando em 1893 passa em Maceté onde aconteceu um confronto de conselheristas e a força armada do exército baiano no dia 26 de maio (hoje, acontece anualmente a celebração do Fogo do Macete ou Fogo do Viana). Neste mesmo ano em junho, Antônio Conselheiro chega à Canudos com seus séquitos.


Este texto não pretende dar conta da exatidão do percurso por onde Conselheiro passou, mas dizer da curiosidade que causa essa trajetória para inúmeros pesquisadores, historiadores e estudiosos sobre a temática “Canudos”, destes que buscam entender o porquê desta caminhada ou simplesmente refazer parte do percurso por onde passou e viveu o beato peregrino. Mais de um século após, o fim da guerra, um grupo de professores e pesquisadores da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) identificou e registrou as possíveis trilhas e estradas por onde os seguidores de Antônio Conselheiro e as tropas do exército circularam no fim do século XIX, objetivando criar um roteiro turístico a partir desses itinerários.
Foi feito um levantamento através de audiovisuais e fotografias, percorrendo sítios, fazendas e diversas locais que foram palco de embates entre soldados do exército e conselheiristas. “Fizemos um reestudo crítico da bibliografia sobre Canudos, dos relatos dos comandantes do conflito e mapas antigos”. Conta o professor Roberto Dantas. O resultado deste estudo encontra-se registrado em audiovisual e livro na Universidade do Estado da Bahia (Uneb) campus XXll-Euclides da Cunha. Há ainda com sede em Euclides da Cunha, um projeto anual o “Congresso Os Sertões” que dá conta de visitar algumas cidades que fizeram parte do circuito da Guerra de Canudos: Maceté (Quijingue), Canudos, Monte Santo, Euclides da Cunha e Uauá com estudantes, historiadores, pesquisadores e artistas, que discutem in loco os assuntos referentes a trajetória do Conselheiro, as causas da Guerra, a aglomeração de nordestinos em Canudos e muito mais. Não são poucos os que se debruçam sobre a vida e trajetória do Conselheiro, recentemente recebemos um conterrâneo do beato que esteve em nossa região (Euclides da Cunha, Canudos, Monte Santo, Maceté, Quijingue, Bendegó e Uauá) - Neto Camorim, especialista em História e Sociologia pela (URCA) Universidade Regional do Cariri, graduado em história pela (UECE) é Professor do Liceu de Quixeramobim rede pública no Ceará, e membro da Ong. Iphanaq, e coordena o Ponto de Cultura Patrimônio Vivo. Sua visita teve como objetivo conhecer parte do percurso (re) vendo e ouvindo pessoas com a tentativa de colher informações para seu possível projeto de mestrado.
Estando em Euclides da Cunha o pesquisador, Neto Camorim visitou a Praça da Bandeira a casa onde supostamente Moreira Cesar pernoitou, a Matriz, o Monumento dedicado ao autor de Os Sertões, a Praça Duque de Caxias, a Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e outros locais.
Em Maceté o professor esteve na praça dedicada ao seu conterrâneo (Antônio Conselheiro) reuniu-se com o coletivo de jovens, indo ao local onde ocorreu o “Fogo de Maceté”, conversou com personalidades no local, entrevistou o senhor Manoel Cavalcante (seu Nel) reforçando a participação dos macetenses no “Conselheiro vivo” (evento anual do calendário de Quixeramobim que celebra alusivamente o nascimento do Conselheiro) e da “Romaria de Canudos” outro evento anual que celebra os mártires de Canudos, com essa participação segundo o professor Neto Camorim estreitaria distâncias e ideias.


Visitando Monte Santo, considerada o Altar do Sertão, o pesquisador encanta-se com a Serra do Piquaraça faz o percurso que milhares de romeiros e fieis fazem ao menos uma vez a cada ano, a Serra tem aproximadamente 6 km com altitude de mais de 500 metros, 14 capelas pequenas que correspondem aos momentos da paixão e morte de Jesus Cristo, servindo para os fieis ascenderem velas e fazerem orações, a romaria teve inicio em 1775 com o Capuchinho Frei Apolônio de Todd. Ainda em Monte Santo o pesquisador esteve na Praça central da cidade onde há exposta uma peça da “matadeira” canhão que ajudou a dizimar Canudos, visitou e conquistou novos amigos comprou e ganhou artesanatos dos simpáticos artistas montesanteses.




Em Quijingue o especialista reuniu-se com alguns secretários municipais e discutindo pontos de sua pesquisa que se referem ao percurso percorrido pelo Conselheiro, esteve conversando com professores de sua área e reforçava ainda mais o envolvimento dos quinjiguenses em março lá no Ceará dentro da programação do “Conselheiro Vivo” e em outubro na Romaria de Canudos.




Canudos, assim como Bendegó já são quase segunda terra do historiador ainda assim, pode conhecer a toca das Araras local visitado por inúmeros ambientalistas e turistas. Esteve também reunido com a Cia Teatral de Canudos, poeta Zé Américo, Lica  e alguns organizadores da Romaria.





Finalmente visitou Uauá estando na Igreja Matriz São João Batista, no espaço cultural do múltiplo artista Gildemar Sena o Toque da Zabumba.






- “O sertão é o mundo”!
Frequentemente ouvia o professor proferir emocionado esta frase que me remetia a outra “O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral.” (Euclides da Cunha).
O que concluímos com isso é que o “Sertão” é fonte de inspiração para a arte, instituições educacionais e religiosas, estudantes, pesquisas cientificas e ainda povoa a imaginação do povo que reside em todo o mundo.


Carlos Carneiro- Graduando em letras pela UNEB- Campus de Euclides da Cunha e diretor da Cia Teatral de Canudos.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Danilo Patrício lança obra “Festeiros do Tempo: Cantos e Memórias no Sertão-de-dentro”, em Quixeramobim

Reconstruindo a história do folguedo Boi do Reisado no Sertão de Quixeramobim, o livro “Festeiros do Tempo: Cantos e Memórias no Sertão-de-dentro”, será lançado neste sábado, 05, às 20 horas, na Escola Assis Bezerra, localizada no centro do município. O livro será apresentado pelo professor Antônio Carlos Lemos da Cruz.


A obra é resultado da dissertação de Mestrado do escritor no Programa de Pós-Graduação em História pela Universidade Federal do Ceará (UFC), o jornalista, professor e historiador Danilo Patrício.


“O reisado como nós conhecemos hoje é a agregação de várias práticas culturais, congos, caboclinhos entre outras devoções. O boi é o grande encontro dos viajantes”, disse Danilo em entrevista ao Sistema Maior.

O autor resgata o Boi do Reisado através de memórias, dados geográficos, citações de grandes autores da literatura brasileira, além de trazer figuras humanas, representados na história por três festeiros: Antônio Dão (Banabuiú), Zé Gildo (Quixadá) e João Alfredo (Itatira), sendo os dois últimos mestres do reisado.

Do Sistema Maior de Comunicação