domingo, 16 de fevereiro de 2014

CINECLUBE SESC IPHANAQ INICIA EXIBIÇÕES DE 2014 NA COMUNIDADE DE RIACHO DA ROÇA


Na última sexta, 14 de fevereiro, o Cineclube Iphanaq deu início seu calendário de exibições de 2014. E a primeira a receber o Cineclube este ano, marcando o sexto ano de atividade pelo sertão, foi à comunidade de Riacho da Roça, distrito de Berilândia, distante 46 km da sede do município.
Na ocasião, foram exibidos dois curtas de produção cearense. O primeiro filme foi “Uma nação de gente”, direção Margarita Hernández e Tibico Brasil, que destaca um encontro de gerações, duas visões de um mesmo mundo. A trajetória do vaqueiro. O cenário é sertão cearense, umas das regiões mais secas do país. Os personagens são quatro vaqueiros: dois jovens e pragmáticos; e outros dois, veteranos e românticos. Eles nos falam com orgulho das tarefas mais simples de seu cotidiano e questionam o destino de sua profissão.
O segundo, “Nossa vida não cabe num curta”, aborda a vida de alguns estudantes que ganha um novo destino quando eles ingressam no ensino superior, na capital, e voltam para suas comunidades, no interior do Ceará, para compartilhar os conhecimentos com os produtores locais. A troca de informações permite um aprendizado que vai desde os cuidados com a terra até a maneira de tratar o rebanho, se aprofundando num vasto mundo de compreensão, cuidados, parceria e cumplicidade. Este documentário apresenta a vida dos estudantes de volta às comunidades, mas também a dos produtores, que não tiveram a oportunidade do estudo. A técnica versus a experiência. Uma lição que não se sabe onde começa e cujos resultados jamais caberiam num curta.
Segundo Luiz Neto, morador da comunidade, foi muito interessante os filmes apresentados. Principalmente o que destacou a vida do vaqueiro. Ele tem tudo a ver com a nossa realidade aqui no sertão de ainda cuidar de gado. Tudo pra nós no sertão de uma maneira ou de outra é ligado a gado. Ela faz parte da nossa vida e de nossa história. Quero muito agradecer a presença do cinema em nossa comunidade. Isso nunca tinha acontecido. Espero que venham outras vezes. Assim se expressou.
O projeto Cineclube é uma realização da Ong. Iphanaq e do SESC-Ler de Quixeramobim que mensalmente exibe filmes nacionais gratuitos nas comunidades rurais do município. Tem o apoio do Sistema Maior de Comunicação e da Fundação Canudos.
Veja a seguir o calendário de exibições do Cineclube Iphanaq para 2014.
  
CALENDÁRIO DE EXIBIÇÕES DO CINECLUBE SESC-IPHANAQ- 2014
 JANEIRO– Recesso

FEVEREIRO– dia 14 e dia 26
 Riacho da Roça – Berilândia/ Assent. Quinin- Belém
MARÇO – dia 14
Jardim- Manituba
ABRIL– dia 11
Maloca- Paus Brancos
MAIO – dia 09
Pereiros- São Miguel
JUNHO – dia 20
Uruquê
JULHO – dia 18
São Bento- Manituba
AGOSTO – dia 22
Nenelândia- Escola
SETEMBRO – dia 13
Assent. Nova Canaã- Lacerda
OUTUBRO– dia 10
Encantado- Escola
NOVEMBRO – dia 22
São Joaquim- Passagem
DEZEMBRO- dia 05 e 17
Lagoa Cercada e Forquilha (Manituba)
OBS: Essas datas podem serem  alteradas de acordo com a Coord. do Cineclube ou das comunidades.








Texto: Neto Camorim
Fotos: Edmilson Nascimento

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

BRUNO PAULINO APRESENTA O LIVRO “A MENINA DA CHUVA” NA ABERTURA DO PAPO CULTURAL 2014














No dia 31 de janeiro, na casa de Antônio Conselheiro, a Ong. Iphanaq deu início às atividades do Papo Cultural de 2014.  Na ocasião teve como convidado o escritor Bruno Paulino, que fez a apresentação de seu segundo livro, “A menina da chuva”.
Seguindo os passos de seu primeiro livro, “Lá nas marinheiras”, o autor continua a escrever suas crônicas, só que dessa vez, segundo ele, dando mais ainda atenção a memória feminina, principalmente, as que têm de sua avó Teresa e outras e outras mulheres e histórias que escuta na cidade, sendo suas fontes de inspiração enquanto jovem cronista, já que a maioria delas não viveu.
Segundo Dona Zilá Carneiro, presente ao evento, as crônicas de Bruno Paulino, lhes fez relembrar várias histórias de sua infância e imaginar o quando é importante preservá-las na construção e permanência de nossa identidade em quanto alguém com referência de um lugar ou região. Isso nos permite ter alegria de viver mesmo com mais de 80 anos. Ressaltou.
Durante o debate, várias questões foram discutidas sobre o livro, onde a platéia fez diversas intervenções destacando as críticas e elogios que o autor tem recebido do seu trabalho. Um dos aspectos foi que seu livro tem sido pouco comentado em Quixeramobim, mas tem recebidos vários elogios de cronistas e autores consagrados da literatura cearense, como Ângela Gutierrez, Nilto Maciel, Vânia Vasconcelos, Pedro Salgueiro, etc, se isso não causa algum incômodo. Segundo Bruno, essa questão de ser reconhecido primeiro fora do que na sua cidade, isso antes me inquietava mais, hoje já nem tanto. Na medida em que autores consagrados elogiam ou criticam meu trabalho isso serve de crescimento para que eu possa aperfeiçoar minha produção literária. Agora, quando na minha cidade pouco se discute meu trabalho, onde algumas críticas que tenho recebido é que minha crônica não é engajada, o que discordo, mas na cidade vizinha Quixadá, tem escola que adota o livro para seus alunos. Isso me faz refletir o quanto temos que investir na formação de leitor em nosso município. Nós ainda lemos muito pouco em nosso país. Mas precisamos avançar. Principalmente nas escolas de ensino básico se quisermos reverter essa situação.
Após o debate, o coordenador do evento Neto Camorim, fez os agradecimentos a todos os presentes, e entregou a Dona Zilá, uma menção honrosa, para que fosse repassada ao Bruno Paulino pela apresentação de seu livro na 36º edição Papo Cultural.







Texto: Neto Camorim
Fotos: Edmilson Nascimento