domingo, 24 de agosto de 2014

GRUPO DE LEITURA “SERTÕES E MEMÓRIAS” CONCLUI ESTUDO DE DONA GUIDINHA DO POÇO


Depois de realizar no dia 17 de junho uma visita à comunidade de Canafístula Velha, antiga fazenda da Marica Lessa, o grupo de leitura “sertões e memórias” realizaram no dia 22 de agosto em frente à casa de Conselheiro, a conclusão do estudo da obra de Oliveira Paiva, Dona Guidinha do Poço.
Foram momentos de muito aprendizado para o grupo. Além da leitura do livro que foi ambientado no sertão de Quixeramobim no antigo Poço da Moita, hoje Canafístula Velha, distante 25 km da sede do município na região do Pirabibu. Visitar e conhecer o percurso da antiga fazenda de Marica Lessa, para a maioria dos integrantes do grupo de leitura que não conheciam, foi algo enriquecedor para a compreensão história e literária dessa importante obra. Destacou Willamy Nunes participante do grupo.
Após a conclusão da leitura de Dona Guidinha do Poço, ficou acertado entre os integrantes do grupo que eles farão a leitura do livro de Ismael Pordeus “A margem de Dona Guidinha do Poço”. O objetivo é que através da leitura dessa obra o grupo tenha uma melhor compreensão do contexto sócio-político e histórico-literário no qual foi produzida essa obra que relata um dos crimes de maior repercussão na época, onde Marica Lessa foi condenada como mandante do crime contra seu esposo, mas que até hoje provoca discussões e dúvidas sobre sua prisão. Vale a pena fazer uma análise dessas duas obras.
Boa leitura para o grupo!









Texto: Neto Camorim
Fotos: Edmilson Nascimento

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

CINECLUBE IPHANAQ REALIZA EXIBIÇÃO NA VILA DE URUQUÊ


No dia 08 de agosto, o Cineclube Iphanaq esteve pela segunda vez na Escola José Marinho de Goés, sede do distrito de Uruquê, realizando exibição de filme. Na ocasião foi apresentado o filme. “Abril Despedaçado”, de Walter Salles.
 Para um público em torno de 70 pessoas, a maioria estudantes e professores, a comunidade teve a oportunidade de conhecer um pouco mais do cinema nacional, pois esta é a proposta do cineclube iphanaq.
             O filme "Abril Despedaçado" (Brasil 2001), narra à história de duas famílias e se passa num lugarejo chamado Riacho das Almas, no mês de abril de 1910, apesar de ser muito válido também aos dias atuais. O filme ressalta diversos valores culturais que definiam a honra ou não de uma família, era a chamada regra do olho por olho, dente por dente, aonde a rivalidade entre as famílias Ferreira e Breves vai muito além da disputa por terra ou outro bem material.
              Na trama, o personagem de Rodrigo Santoro, “Tonho” é da família Breves, e teve seu irmão mais velho morto por um dos Ferreira. E como já era regra, ou uma lei de sangue, mantida pelas duas famílias, há gerações, quando a mancha de sangue na camisa do morto, que ficava estendida se tornasse amarela sua morte seria vingada. Isso acontecido “Tonho” foi em busca do pagamento pelo sangue do irmão e matou o assassino.
             Essa maldita lei da vingança foi ao longo do tempo dilacerando as famílias. Na família dos Breves havia um pequeno garoto apelidado mais tarde de Pacu, por um retirante circense que passava pela região. Esse garoto era o puro retrato da criança sonhadora e esperançosa em meio ao nada em que vivia. Ele não se conformava com essa lei e chegou a apanhar de seu pai por isso, mas mantinha seus sonhos vivos em meio apesar da miséria e violência.
             Percebe-se neste filme um apego muito grande a questão da honra vista por um lado sangrento, além de prevalecer à hierarquia e o respeito tanto pelos antepassados quanto pelo patriarca da família, que era incondicionalmente quem ditava as regras e costumes daquela época.
            Segundo o professor Eduardo Saldanha Nobre, esse filme apresenta vários aspectos que podemos analisar dentro do contexto nordestino do século passado, mas ainda encontra referência no contexto atual. Mesmo sabendo que os tempos são outros, mas ainda encontramos na atualidade situações que se assemelham ao que o filme retrata. Seja a questão da violência, a defesa do honra, a modelo patriarcal (domínio da mulher e dos filhos), falta de diálogo na família, a exploração do trabalho, enfim, varias situações podemos refletir. Daí a importância dessa atividade cultural na escola para que os alunos possam entender que o cinema é também uma importante ferramenta pedagógica, no qual podemos utilizar em sala de aula. E esse momento em nossa comunidade é valioso, para que possamos perceber que educação vai além dos muros da escola. Assim destacou. 






Texto: Neto Camorim
Fotos: Edmilson Nascimento e Ciro Barbosa

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

IPHANAQ REALIZA ENTREGA DE DVDs SOBRE A IGREJA DE ALMOFALA EM ESCOLAS E INSTITUIÇÕES DE QUIXERAMOBIM


A Ong. Iphanaq recebeu da Superintendência do Iphan-Ce, através do Técnico Francisco Veloso, um Kit contendo DVDs/Documentário “Bailado de Vozes & ventos em Almofala” produzido por essa instituição em 2012, que retrata um pouco da história da Igreja de Almofala município de Itarema, uma das mais antigas do Ceará.
A Igreja de Almofala não é apenas o registro de uma arquitetura barroca ou mesmo os vestígios de um processo de colonizador no Ceará: é, sobretudo, o símbolo de resistência dos índios Tremembé, é o principal espaço de culto católico da vila de Almofala, é, sem dúvida, o elemento primordial de ideia de uma origem comum, ainda que tal origem suscite uma porção de conflitos. A Igreja de Almofala é , mais do que qualquer outra coisa, cúmplice dos movimentos e bailados imprevisíveis de ventos e vozes que sempre lhe sustentaram a existência. (sinopse no DVD).
Diante da importância que esse documentário representa enquanto registro histórico e cultural do povo indígena cearense, a Ong. Iphanaq em parceria com o IPHAN-CE realizou durante o mês de julho a distribuição do DVD para escolas de ensino médio e instituições parceiras do Iphanaq no município de Quixeramobim.
De acordo com o presidente da Ong. Iphanaq professor Ailton Brasil, esse documentário será importante para as escolas e instituições culturais possam dentro de suas atividades, conhecer um pouco mais dessa história que marca a luta de um dos povos mais antigos da colonização do Ceará, os índios Tremembé.
Veja a segui a lista das escolas e instituições de Quixeramobim que receberam o DVD/Documentário:

                         ESCOLA/ ENTIDADES E PARCEIROS
01     
Liceu de Quixeramobim Alfredo A. Machado
02 
 Escola de Ensino Médio Assis Bezerra
03
 EM. Humberto Bezerra
04
 EEEP. Dr. José Alves da Silveira
05
 EM. Dr. Andrade Furtado II- São Miguel
06
 EEF. Jonas Gonzaga- Berilândia- polo de EM
07
 EEF Fco. Carneiro sobrinho- Nenelândia- Polo de EM
08
Colégio nossa Senhora do Rosário
09
Colégio Senso
10
Ponto de Cultura Criança Feliz- Assent. Recreio
11
SESC-Ler- Quixeramobim
12
Prof. Clewton Nascimento- DARQ-UFRN
13
Ponto de Cultura Patrimônio Vivo- Quixeramobim

Neto Camorim- Integrante da Ong. Iphanaq





segunda-feira, 4 de agosto de 2014

CINECLUBE IPHANAQ RETORNA AO ASSENTAMENTO ALEGRE


No último sábado dia 02 de agosto o Cineclube Iphanaq retornou ao Assentamento Alegre, distrito de Uruquê, realizando exibição de cinema naquela comunidade. Já tinha passado por lá em abril de 2011 e voltou esse ano com a exibição do filme: “O Quinze”, de Jurandir Oliveira.
O filme a retrata a seca de 1915, sertão central do Ceará. Essa grande seca dizimou boa parte da população local. A jovem professora Conceição (Karina Barum), que trabalha em Fortaleza, passa as férias na fazenda de sua avó, Mãe Inácia (Maria Fernanda Meirelles), no município de Quixadá. Lá ela convive com os problemas da seca, além de se envolver com seu primo Vicente (Juan Alba). Ele é fazendeiro e está apaixonado pela prima, mas no momento concentra sua atenção no combate a uma praga de carrapatos e em salvar o gado da fome. No município também vive Chico Bento (Jurandir Oliveira), que trabalha como vaqueiro na fazenda de Dona Maroca. Quando recebe ordem de se retirar do local, Chico negocia com Vicente sua pequena criação em troca de uma burra velha e uma quantia em dinheiro. Ele então parte com sua família rumo a Fortaleza, enfrentando as dificuldades do percurso.
Segundo o senhor Ciro Rodrigues, morador do Assentamento, esse filme possibilita reviver algumas situações de dificuldades que os sertanejos vivem em épocas de seca, como a que agora estamos vivendo. Mas hoje os problemas são menores. Já tem algumas melhorias. Mas em épocas não muito distante a situações era parecida ao que retrata no filme. Isso é bom, para os mais jovens entenderem com as coisas eram difíceis no passado. E quem sabe isso os desperte a valorizarem mais as conquistas, ainda poucas, mas que vem acontecendo.
Para o secretário de políticas agrícolas do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Quixeramobim Rogério Queiróz, que também mora na comunidade, a presença do cinema na zona rural oportuniza muita gente a ter o contato com essa arte pela primeira vez na vida. Portanto considero muito importante esse projeto do Iphanaq de viajar todo mês pelo sertão com exibição de cinema nacional, valorizando assim, a nossa cultura. Além de termos oportunidade de debater as questões do filme a partir de nossa realidade. Quero agradecer o Iphanaq por ter voltado a nossa comunidade e dizer que estamos sempre à disposição. Destacou o líder sindical.
O projeto cineclube é uma ação cultural da Ong. Iphanaq e tem o apoio cultural do SESC-Ler e do Sistema Maior de Comunicação.

Maiores informações: (88) 9220-0056 ou www.patrimoniovivo.org.br

Neto Camorim- Coordenador do cineclube Iphanaq






Texto: Neto Camorim
Fotos: Ciro Barbosa e Edmilson Nascimento