domingo, 28 de abril de 2013

LICEU DE QUIXERAMOBIM INICIA CICLO DE PALESTRA DE PREPARAÇÃO PARA O ENEM COM RENATO ROSENO


O Liceu de Quixeramobim Alfredo Almeida Machado, pensando na melhoria do aprendizado dos seus alunos de 3º ano de ensino médio, em preparação para o ENEM-2013, iniciou na última sexta feira dia 26 de abril, o ciclo de palestra visando contribuir para seus alunos atingirem esse objetivo.
O primeiro convidado a participar desse projeto, foi o advogado e presidente do PSOL-CE Renato Roseno, que estava em Quixeramobim, também para participar do Papo Cultural, atividade desenvolvida pela Ong. Iphanaq. Militante das causas sociais em defesa da criança e adolescente, da juventude e diretos humanos, ele falou no auditório da escola para uma platéia em torno de 150 alunos sobre o tema, “Juventude e Direitos Humanos: Desafios e Perspectivas”.  
Inicialmente agradeceu o convite feito pela escola através da Ong. Iphanaq que apoiou o evento, para falar com os jovens nesse momento decisivo e importante da sua vida estudantil, diante dos desafios e incertezas pela falta de direitos que a juventude pobre de nosso país ainda sofre. Apesar de se achar que a vida está melhor, a juventude brasileira está sendo violentada a cada dia. O número de assassinatos de jovens entre 15 e 24 anos só tem aumentado. As estatísticas infelizmente confirmam essa atrocidade com os nossos jovens. Destacou na sua fala.
Destacou também durante a palestra da importância da juventude em acreditar e lutar pelos seus sonhos. Mesmo num cenário confuso e violento como esse em que estamos vivendo é preciso construir alternativas. O compromisso e a luta dos jovens com sua educação cobrando dos governantes seus direitos que continuam sendo negados, é algo fundamental na construção da justiça e dos direitos humanos. “Todo direito é humano. Seja a saúde, a educação, a terra, a cultura, etc,. É preciso acabar com essa distorção feita intencionalmente pela grande mídia de que a luta por direitos humanos só acontece em defesa dos presos. Isso não é verdade. É um absurdo, e de uma ignorância sem tamanho pensar dessa maneira. Temos que entender que direitos humanos é toda ação da sociedade que deve se organizar em defesa de seus direitos que historicamente continuam sendo negados. Principalmente das crianças e jovens. Precisamos ter acesso as informações de maneira correta e não distorcidas, como muitas vezes recebemos. Caso contrário, não teremos um mundo melhor”.  
Enfatizou bastante em sua fala a ideologia massificadora e consumista que escraviza a juventude. Fez referência as propagandas de cerveja e as telenovelas sempre “bem elaboradas” com o intuito de alienar os jovens, não permitindo ele ver o mundo que lhes cerca com mais consciência e enquanto sujeito de sua própria história.
Segundo a aluna Nayane Morais do 3º ano A, que inclusive recitou uma poesia na palestra, disse que “momento como esse contribui para que os alunos tenham acesso às informações de temas importantes que serão abordados no ENEM, como o que foi apresentado. E por alguém com o conhecimento de causa, como Renato Roseno. A escola precisa continuar com essa idéia”. 
O ciclo de palestra de preparação para ENEM- 2013 é uma realização dos PCAs do Liceu de Quixeramobim com o apoio da Ong. Iphanaq (Instituto do Patrimônio Histórico, Cultural e Natural de Quixeramobim).

Neto Camorim- Professor de história do Liceu de Quixeramobim e integrante da Ong. Iphanaq.





segunda-feira, 22 de abril de 2013

ASSENTAMENTO CARQUEJA RECEBE EXIBIÇÃO DO CINECLUBE IPHANAQ


No dia 19 de abril, foi realizado no Assentamento Carqueja, distrito de Damião Carneiro (Pirabibu) a 40 km da sede do município de Quixeramobim, exibição de cinema na referida comunidade. Foi a primeira vez que o projeto Cineclube Iphanaq esteve na comunidade. Na ocasião foram exibidos três documentários. O primeiro foi “Calango Lengo, destinado ao público infantil e os outros dois, “Uma nação de gente”, direção Margarita Hernández e Tibico Brasil e “Profetas da chuva e da esperança”, de Márcia Paraíso, para o público em geral, que se fez presente em bom número, no pátio da Escola Rosalvo de Araújo Carneiro.
Os documentários principais apresentados têm um eixo temático que se entrelaçam na cultura sertaneja a partir de uma realidade que ainda persiste em alguns aspectos, neste cenário de mudanças que o sertão tem vivido com o avanço tecnológico, muitas vezes perdendo suas origens.
            O documentário, Uma nação de gente- aborda a trajetória dos vaqueiros no Ceará.  Um encontro de gerações, duas visões de um mesmo mundo. O cenário é o sertão cearense, uma das regiões mais secas e pobres do país. Os personagens são quatro vaqueiros: dois jovens e pragmáticos; os outros dois veteranos e românticos. Eles nos falam com orgulho das tarefas mais simples de seu cotidiano e questionam o destino de sua profissão.
            Profetas da chuva e da esperança – discute que desde o princípio dos tempos, o homem busca uma forma de olhar e reconhecer os sinais da natureza. No mundo contemporâneo, essa capacidade se perdeu ou está se perdendo. No sertão do Ceará, na cidade de Quixadá, homens conhecidos como profetas da chuva traduzem previsões em esperanças.
Para o presidente da associação do Assentamento Carqueja Raimundo Marques, “a presença do cineclube na comunidade foi algo muito louvável, temos muito a agradecer ao Iphanaq. Primeiro porque muito do que os documentários apresentaram os mais jovens não conhecem mais e aqueles que ainda conhecem, pouco valorizam nossa cultura do vaqueiro ou dos nossos profetas da chuva. São saberes importantes, mas que estão se perdendo. E esses filmes aqui exibidos nos oportunizaram refletir sobre tudo isso. Como podemos preservar a nossa memória e nossa história? Penso que através de um documentário assim como esses aqui apresentados seria uma idéia interessante para que as futuras gerações tenham conhecimento de como era a vida no sertão. Aqui mesmo no Assentamento temos um caderno onde registramos os acontecimentos mais importantes de nossa história. Penso até um produzir algo desse tipo, um documentário relatando a história de nossa comunidade. Nossas lutas e conquistas e os desafio que ainda enfrentamos”. Ressaltou.
            Após a exibição dos documentários aconteceu debate onde os moradores da comunidade fizeram seus comentários sobre o que assistiram fazendo comparações com sua realidade e as mudanças que o sertão tem vivido neste contexto globalizado.
Para o presidente da Ong. Iphanaq Ailton Brasil, presente ao avento, “foi muito oportuna a escolha dos filmes apresentados, pois isso estimula a comunidade a participar do debate. No Assentamento Carqueja até as crianças comentaram os documentários exibidos. É isso que fato queremos com esse projeto do Cineclube. Fazer com que as pessoas possam refletir sua realidade a partir do cinema enquanto uma prática política, pedagógica e educativa”. Destacou.
            O projeto Cineclube é uma ação cultural realizada pela Ong. iphanaq e pelo SESC-Ler de Quixeramobim, que mensalmente viajam o sertão exibindo cinema nacional gratuito nas comunidades. Tem o apoio do Sistema Maior de Comunicação e da Fundação Canudos.

Neto Camorim- Coordenador do cineclube Iphanaq









Texto: Neto Camorim
Fotos: Ailton Brasil

quinta-feira, 18 de abril de 2013

ONG IPHANAQ INICIA GRAVAÇÕES DE DOCUMENTÁRIO NA COMUNIDADE DE LAJES

          A Ong. IPHANAQ e o Ponto de Cultura “Patrimônio Vivo” iniciaram no ultimo domingo, 14 de abril, na comunidade de Lajes, em Quixeramobim, as gravações do documentário que contará a história da construção da capela de Santa Terezinha.  Através de depoimentos de algumas pessoas que contribuíram para a construção da Igreja e a organização dos festejos da padroeira nesses 15 anos, a Ong. Iphanaq, através de seus integrantes Elistênio Alves e Neto Camorim e com o apoio técnico de Elizete Alves de Sousa e Evandro Quirino, realizaram as gravações iniciais do documentário. Além das entrevistas, foram feitas imagens dos locais que contam a história da capela da comunidade.
         O vídeo faz parte das homenagens da comunidade aos 15 anos de fundação da capela. Segundo os moradores da comunidade que deram seus depoimentos, a história da construção da Igreja de Santa Terezinha foi um dos fatores fundamentais para a organização da comunidade em busca de outras conquistas, que resultaram em melhorias e realizações, fruto do trabalho coletivo.
           A idéia do Iphanaq e da comunidade de Lajes e concluir as filmagens do documentário até junho, para em seguida fazer edição e gravação de cópias de DVD, que serão lançados em setembro, durante a festa da padroeira.

Neto Camorim - Historiador e Integrante da Ong. Iphanaq


Texto: Neto Camorim e Elistênio Alves

Fotos: Elizete Alves de Sousa

quarta-feira, 17 de abril de 2013

GRUPO DE LEITURA “SERTÕES E MEMÓRIAS” INICIAM EDIÇÃO 2013 COM O ESTUDO d’O QUINZE


No último sábado, dia 13 de abril, o grupo de leituras “Sertões e Memórias”, iniciou suas atividades do ano 2013. Nesse seu primeiro encontro, contou com a participação de estudantes, professores e convidados, que farão a leitura da obra “O Quinze” de Raquel de Queiroz, primeiro livro que será estudado pelo grupo este ano. Além da presença do presidente da Ong. Iphanaq, Ailton Brasil, que veio dar suas vindas a todos que irão participar da leitura dessa importante obra de nossa literatura regional.
Sábado 13 de Abril, estávamos (re) abrindo o Grupo de Leitura Sertões e Memórias na Casa do Antônio de Quixeramobim. Às 19 horas retornávamos àquela velha casa para, desta vez, darmos início ao desbravamento de um período histórico que, aqui e acolá, insiste em voltar e assombrar o Nordeste sempre sofrido. História essa contada, romanceada por uma quixadaense, a Rachel de Queiroz. O alvo era a partida pelos sertões de Quixadá perambulando pelo Nordeste através d’O Quinze.
Apresentamos a proposta de leitura e, já de início, percebemos que a obra da ousada escritora cearense, primeira mulher a adentrar à ABL, está tão presente hoje no sertão nordestino como em 1915. Viajamos, literalmente, com o degustar de uma só primeira página para sentirmos, literalmente também, o clima quente, denso e pesado sob o qual Rachel desenvolveu seus pensamentos acerca do que acontecia naquela época através de seu romance. Fizemos breve comparação “intertextualística” com Os Sertões de Euclides da Cunha, a primeira missão do grupo já concluída. E, por fim, demarcamos o território a ser desbravado até o dia 27/04, sábado, de novo na Casa do Velho profeta: capítulos 01 e 02. Ah! Desta vez combinamos os encontros para acontecerem a cada quinze dias: qualquer semelhança com o título da obra em apreciação é mera coincidência. Até!

João Paulo Barbosa - Coordenador do grupo de leitura 






Texto: João Paulo Barbosa
Fotos: Neto Camorim

quarta-feira, 10 de abril de 2013

FRANCISCO CHAGAS DA PAIXÃO: HISTÓRIA, MEMÓRIA E MISSÃO DE UM SÁBIO DO SERTÃO

            
            No dia 22 de março de 2013, depois de uma longa e bem vivida trajetória de 90 anos de idade, nos deixou para morar junto ao pai, o grande amigo Francisco Chagas da Paixão (o Fransquim Izaque), com era  popularmente conhecido. 

Residente em Berilândia desde 1962, mas nascido no outro lado do Riacho Valentim, na localidade de Riacho da Roça, no dia 30 de janeiro de 1923. Lá viveu toda a sua infância e parte de sua vida adulta. Trabalhando na agricultura nas terras do Condado, Riacho da Roça e região, enfrentou muitas dificuldades para criar e educar seus filhos. Foram 16 no total. Criou 15, mas atualmente deixou 14, pois um faleceu aos 21 anos de idade, e o outro prematuramente na infância. Nunca pensou em abandonar o seu torrão natal. Era o que sempre me dizia quando nos encontrávamos, geralmente na sua residência. 
Tive a honra de conhecer seu Fransquim em 1992, após as santas missões populares na região de Berilândia. Missões essas, comandadas pelo nosso querido amigo Pe. Paulo Ernando, que depois por muitos anos ficou amigo de todos da comunidade, e de maneira especial da família de um saudoso amigo, também já falecido, Barroca Vitorino.   
Nesta época eu morava no Coque e era articulador das CEBs (Comunidades Eclesiais de Base) da região, juntamente com o amigo, Josenir Lopes, que morava na comunidade Cosmo Paz. Não tive a oportunidade de participar das missões em Berilândia, pois estava servindo à Paróquia de Santo Antônio em outras regiões. Quis a vontade divina ou as casualidades da vida, que eu tivesse a alegria de conhecer o seu Fransquim só após esse grande momento de animação da fé. 
Após as missões, visitando a comunidade enquanto articulador, e participando de encontros pastorais e celebrações do culto dominical em Berilândia, tive os primeiros contatos com ele. E logo percebi quanta sabedoria e vasto conhecimento tinha este homem de poucas letras. Não apenas da palavra de Deus, pois depois soube que era um assíduo leitor da Bíblia, algo comprovado nas suas leituras e reflexões realizadas durante as celebrações. Mas também de uma leitura grandiosa de mundo. Era entendido de política, economia, cultura, religião,, etc.  Tinha uma sabedoria invejável.
Ele sempre dizia, “quase não freqüentei a escola. Aprendi porque sempre gostei de ler tudo. Até as informações contidas no calendário”, uma de suas leituras diárias. Gostava muito de me dizer: “quem sabe muito é você, que teve oportunidade de estudar e se formar. Eu aprendi quase nada”. Sempre falava isso com uma simplicidade e humildade peculiar. E eu refutava: “O senhor sabe mais por que tem mais experiência”. 
Era um grande conhecedor da História do Brasil e do mundo. Sempre preocupado com o futuro de nossa nação, me perguntava: “O Brasil tem jeito”? Ficava buscando explicações para os problemas de nosso país. Era curioso por informações. Ouvinte assíduo do noticioso “A voz do Brasil”, para se manter bem informado. Em minha opinião, isso é o segredo de ter aprendido tanto. Era curioso, tinha busca constante pelo saber, apesar de ter freqüentado pouco à escola. Mesmo não reconhecendo ser merecedor de tanto conhecimento, ele foi um homem que nos deixou ensinamentos diversos, durante toda a sua vida.
Era um apaixonado pelo sertão. Lembro das vezes que me perguntava: “Você conhece São Paulo”? E eu dizia: “Não”! Ele me respondia: “Você precisa conhecer, tem muito que aprender por lá”. E me dizia: “Já fui a São Paulo várias vezes. Gosto muito de passear e visitar os meus 10 filhos que moram lá. É uma cidade bonita, tudo é muito grande, mas não quero jamais deixar o meu sertão. Quero morrer aqui”. E isso se concretizou. 
Eu ainda hoje não fui a São Paulo. Espero um dia conhecê-lo e comprovar aquilo que sempre ele me dizia em relação a essa grande metrópole. 
Seu Fransquim foi fiel as suas origens. Faleceu no seu sertão, honrando as suas raízes históricas e culturais, mantendo a sua identidade de sertanejo. Bem diferente do que presenciamos hoje em dia, quando a maioria do povo do sertão tem vergonha de se assumir como tal. Fogem ou são expulsos para as periferias das cidades, negando muitas vezes, sua história e identidade cultural. Ele resistiu, ficou até o fim. Ou quem sabe, o começo de uma nova missão ao lado de Deus, preparando os caminhos para quando nos encontrarmos. 
Tenho muitas recordações e aprendizados de nossas conversas na sua casa. Era sempre um bate papo agradável, prazeroso e de muita sabedoria na sua sala. Depois seguíamos para a cozinha, onde deliciávamos um saboroso café e um gostoso queijo, preparado com todo o carinho e atenção pela sua esposa, Dona Lucinda. No nosso último encontro mais demorado, quando tínhamos vivenciado tudo isso, aconteceu no dia 26 de setembro de 2009, na primeira vez que o Cineclube Iphanaq fez exibição na comunidade de Berilândia, na Escola Jonas Gonzaga. 
Caro leitor, a partir de agora quero pedir sua licença para dirigir-me especialmente, ao amigo Fransquim Izaque. E ao mesmo tempo, convidá-lo a participar desse momento.
Querido amigo! Apesar de que nos últimos anos, tenhamos nos encontrado tão pouco e quando aconteceu foi muito rápido, eu nunca esqueci a nossa amizade. Mesmo morando em Quixeramobim, geograficamente mais distante, vez ou outra vinha lhes visitar. Atualmente devido minha atividade enquanto professor e com ações culturais que participo e desenvolvo, tinha demorado mais a gente se encontrar. Mas toda vez que encontrava suas netas e filhos na cidade, sempre perguntava pelo amigo para saber como estava, e lhes enviava notícias, dessa vida louca e agitava que passamos a ter, quando vamos morar na cidade. O senhor, é que estava certo, nasceu, viveu e morreu no sertão.
Aprendi muito com nossas conversas. Vou levá-las para sempre em minha vida. Elas eram cheias de sabedorias e experiências, mesmo demorando nos encontrar, nesses 21 anos que lhes conheci. Tenho muito orgulho de ter construído com o senhor e sua família essa grande amizade. E na visita que fiz a sua esposa, seus filhos e netos, após seu falecimento disse a eles. “Espero que nossa amizade continue, e não se acabe. Tenho certeza que é esse o seu desejo. Pois sei que foi um homem justo, trabalhador e honrado que sempre prezou os amigos aqui na terra e tão dignamente cumpriu a sua missão. Que esses princípios cultivados pelo senhor, tenham continuidade com seus familiares e amigos que tiveram a honra e o privilégio de aprender com os seus ensinamentos. E assim manter viva a memória deste homem que na terra sempre procurou semear o bem”. 
Quero encerrar minhas palavras com uma frase que frequentemente ouvia, toda vez que conversávamos e que fazia elogios a sua capacidade intelectual e sabedoria de homem do sertão, com o qual sempre aprendia a cada encontro realizado. Dizia: “Será que eu mereço? O que faço para pagar tudo isso”? Eu respondia: “O senhor merece sim. E o pagamento é a nossa amizade”. Ressaltava. 
Querido amigo! O senhor merece é muito mais, pela grandeza, determinação e força interior que teve durante toda a vida. Construir uma família e uma bela história com as dificuldades que enfrentou só os sábios e corajosos são capazes. E o senhor foi um desses em nosso sertão. Que sua memória e exemplo de vida sejam eternizados por todos nós.
Eternas saudades! Qualquer dia amigo, a gente vai se encontrar. 
Um grande abraço do amigo!

Neto Camorim - Historiador 










segunda-feira, 8 de abril de 2013

CINECLUBE IPHANAQ REALIZA PELA PRIMEIRA VEZ EXIBIÇÃO NA COMUNIDADE DE CASTELO


Foi realizado no último dia 05 de abril na comunidade de Castelo, distrito de São Miguel, mais uma exibição de cinema itinerante pelo sertão de Quixeramobim. Foi a primeira vez que a referida comunidade recebeu a visita do Cineclube Iphanaq.
Inicialmente foi apresentado ao público presente no Centro Comunitário, o curta “Forró”. Produzido pelos alunos da primeira turma do Ponto de Cultura Patrimônio Vivo em 2010. Em seguida foi exibido o filme: “A Saga do Guerreiro Alumioso”, de Rosemberg Cariry.
O filme acontece em Aroeiras, cidade fictícia dos sertões do Ceará, vive Genésio, velho, viúvo, sem filhos, aposentado. Ele preenche a solidão bebendo cachaça e contando histórias e bravatas sobre os antigos cangaceiros. Na pequena cidade, as autoridades são alvo da crítica popular, em brincadeiras como o “serra velho” e a “malhação de Judas”, que geram conflito com a polícia. Os poderosos locais tentam controlar a direção do sindicato rural e a tensão cresce na cidade. É quando surge a louca Delfina, que profetiza a chegada de um restaurador da ordem e da justiça, e Rosália, artista que “virava cobre” em espetáculo de feira.
Segundo a professora Francine Paiva, moradora da comunidade, “ano passado teve exibição de cinema aqui, mas o filme era distante da realidade, mas parecia novela. Dessa vez, foi bem diferente. O filme aqui apresentado é possível contextualizar em nossa realidade. Além de possibilitar reflexões sobre nossa história, memória e algumas manifestações culturais que antes eram tão presentes no sertão, e hoje estão sendo destruídas. Perdendo assim suas referências culturais. Isso o filme nos permitiu refletir. Essa foi em minha opinião a grande contribuição da vinda do cinema em nossa comunidade. Espero que venham outras vezes”. Ressaltou.
O projeto Cineclube é uma ação cultural desenvolvida pela Ong. iphanaq e pelo SESC-Ler de Quixeramobim, que mensalmente realiza exibição de filmes nacionais e gratuitos nas comunidade rurais do município. Tem o apoio do Sistema Maior de Comunicação e da Fundação Canudos.

Neto Camorim - Coordenador do Cineclube Iphanaq
netocamorim@gmail.com







Texto: Neto Camorim
Fotos: Edmilson Nascimento