terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Quixeramobim: Um pequeno grupo que se articula em prol da Cultura

O presidente da ONG Iphanaq, professor Aílton Brasil, esteve na manhã deste sábado, 27, no estúdio da rádio Campo Maior concedendo entrevista. Brasil falou sobre os 10 anos de atividades da ONG em Quixeramobim.

“A ONG começou em 2004. Um pequeno grupo que começou a se articular para tentar oferecer a população de Quixeramobim, principalmente a juventude, algumas alternativas de formação e conhecimento partidário da cultura e da preservação de patrimônio, que é um de nossos focos nestes 10 anos”, ressaltou.

Transformações – Brasil revelou que o projeto Fábrica Viva, primeiro aprovado pela ONG, foi um verdadeiro divisor de águas em relação às atividades futuras que seriam desenvolvidas. Por meio dele é que foi possível a aquisição de material como data-show, telão, caixa e mesa de som, microfone, para realização de trabalhos como Cine-clube. Em seguida veio a aprovação em edital do Ponto de Cultura, onde por meio dele apareceram novas pessoas que a partir daí começaram a se engajar nas atividades do Iphanaq.

O presidente da ONG finalizou destacando a importância de permanecer com essas atividades culturais na cidade e desejando aos filiados e amigos da ONG um bom ano, e que 2015 venha com mais lutas e realizações.

Foto: Elistênio Alves

47º Edição: Iphanaq realiza Papo Cultural especial sobre os 10 anos da ONG


A ONG Iphanaq realizou na noite desta sexta-feira, 26, na Casa de Antonio Conselheiro, no Centro de Quixeramobim, uma edição especial do Papo Cultural. A edição de número 47 foi sobre os 10 anos de atividades da ONG.

Diferente das outras edições, o Papo Cultural desta sexta aconteceu na parte externa da Casa. Reunidos em forma de sala de cinema, os integrantes da ONG apresentaram um material fotográfico das atividades realizadas durante esse período de 10 anos em que o Iphanaq atua em Quixeramobim. Momentos marcantes do Conselheiro Vivo, Cine-Clube, Ponto de Cultura, Fábrica Viva, Roteiros Culturais, peça “Os Sertões”, viagens à Canudos-BA, oficinas, seminários e vários outros produtos da ONG foram apresentados.

Vídeos – Além deste material fotográfico, foram exibidos trabalhos em vídeos produzidos durante a primeira turma do Ponto de Cultura Patrimônio Vivo. Foi apresentado o filme “Tempo Passadiço”, que retrata a Ponte Metálica de Quixeramobim, bem como a produção de registro da coroação de Nossa Senhora na localidade de Várzea do Meio. Ambos trabalhos produzidos em 2011/2012.

Estiveram presentes ao Papo Cultural 47 (edição especial), o presidente da ONG Iphanaq, professor Aílton Brasil e o coordenador de atividades como Cine-clube e Papo Cultural, Neto Camorim. Dos membros da ONG, Edmilson Nascimento, Francisco Iran e Elistênio Alves. Amigos e parceiros que acompanham as atividades do iphanaq ao longo desses 10 anos também compareceram.

Fotos: Edmilson Nascimento

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Em Canafístula Velha: Cineclube Iphanaq encerra exibições de 2014

No último dia 18 de dezembro, encerrando as exibições de cinema em 2014, o Cineclube Iphanaq foi à comunidade de Canafístula Velha, às margens do Rio Pirabibu. Essa localidade era a antiga fazenda de Marica Lessa, ficcionalizada como Dona Guidinha do Poço, no romance de Oliveira Paiva.

Nesta segunda vez que o cineclube esteve na comunidade, foi exibido, após a novena do padroeiro - Jesus, Maria e José - os curtas “Calango Lengo”, “Forró” e “O Boi de reisado do mestre Piauí”. Os dois últimos produções dos alunos do Ponto de Cultura “Patrimônio Vivo”, turma de 2010, resultados das oficinas de audiovisual com o artista Alexandre Veras, em parceria com o Projeto “Interações Estéticas”, da Fundação Nacional de Arte (Funarte).

Caminhando - Para a professora Jaqueline Teixeira, moradora da comunidade vizinha de Riacho da Cruz, trabalhar com cinema documentário “é fundamental para preservar a memória e a cultura das comunidades e de suas manifestações, pois no mundo em que vivemos pouca atenção de dar a esse tipo de atividade”. Na opinião dela, “é preciso o poder público incentivar e apoiar iniciativas como essas do Iphanaq, de oportunizar o acesso ao cinema nacional e gratuito”. A professora demonstrou-se otimista para novas apresentações: “Esperamos que o cineclube volte outras vezes em nossa comunidade”.

Ao final das exibições, o Coordenador do Cineclube, Neto Camorim, agradeceu a atenção e participação de todos nessa ação cultural da ONG Iphanaq, que já percorreu diversas comunidades durante os quase seis anos de atividade.

O projeto cineclube é uma realização da ONG Iphanaq, que todo mês viaja pelo sertão de Quixeramobim, exibindo cinema nacional e gratuito. Tem o apoio cultural do SESC-Ler e do Sistema Maior de Comunicação.

Texto: Neto Camorim- Coordenador do Cineclube Iphanaq
Revisão: Danilo Patrício
Fotos: Edmílson Nascimento
Edição e postagem: Elistênio Alves

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

CINECLUBE IPHANAQ RETORNA A ESCOLA DE ENCANTADO COM EXIBIÇÕES DE DOCUMENTÁRIOS


O Instituto do Patrimônio Histórico, Cultural e Natural de Quixeramobim (ONG Iphanaq) esteve neste dia 14 de novembro na sede do distrito de Encantado. A exibição dá continuidade ao Projeto Cineclube Iphanaq, que oportuniza as comunidades rurais acesso a exibições de cinema nacional e gratuitos, seguido de debate.
A exibição de cinema aconteceu no pátio de Escola Aloísio Barros Leal, e contou com a participação dos alunos do Ensino Médio do turno da noite, professores e moradores da comunidade que compareceram para participar do evento.
A primeira exibição da noite foi o curta “Forró”, uma produção de 2010 dos alunos da primeira turma do Ponto de Cultura Patrimônio Vivo, em parceria com o projeto Interações Estéticas, da Fundação Nacional de Artes (Funarte), coordenado pelo artista visual Alexandre Veras. Esse documentário apresenta o percurso de Dona Rita e suas amigas que, sempre aos domingos, vão para o forró dos idosos no Quixeramobim Clube. Além disso, o documentário retrata um pouco da trajetória do sanfoneiro Nonô e o seu programa de forró na rádio difusora cristal, o “Crepúsculo sertanejo”.
Migrantes – Na segunda exibição foi apresentado o documentário “Migrante”, que mostra a realidade de milhares de pessoas que se deslocam temporariamente para o corte de cana nos estados do sudeste brasileiro. O documentário destaca a realidade vivida por agricultores nos estados do Piauí e do Maranhão. “Migrante” conseguiu a atrair a atenção da maioria das pessoas que estavam na escola e, ao final, fizemos uma conversa sobre os filmes exibidos onde algumas pessoas externaram a realidade vivida, destacando que, apesar da existência desse tipo de situação, a realidade tem mudado bastante nos últimos anos.
Segundo a professora Elizabeth Cavalcante, que estava muito emocionada, esse documentário mostra o quanto é difícil a situação de muitas famílias e principalmente de alguns jovens da comunidade, que ainda migram para São Paulo para o corte de cana na esperança de uma vida melhor, o que nem sempre ela acontece. “Precisamos é cobrar dos governantes soluções definitivas e não paliativas, para que nossa juventude fique na sua própria região”, destacou a professora.




Neto Camorim- Coordenador do Cineclube Iphanaq
Fotos: Elistênio Alves

Iphanaq lança edital de convocação para Assembleia Geral

O presidente do Instituto do Patrimônio Histórico, Cultural e Natural de Quixeramobim (ONG Iphanaq), professor Aílton Brasil, lançou em 26 de novembro o edital de convocação de Assembleia Geral para seus sócios fundadores.
O encontro será realizado no dia 26 de dezembro, às 9h da manhã, nas dependências do SINDSEQ, na Rua Dias Ferreira, nº 103, no Centro de Quixeramobim. Na oportunidade serão discutidos os seguintes assuntos:
- Aprovar a filiação de novos sócios efetivos e colaboradores
- Avaliar e atualizar as linhas de atuação da instituição
- Deliberar sobre o balanço financeiro após parecer do Conselho Fiscal
- Apresentar o relatório das atividades de 2013; Cineclube Iphanaq, Papo Cultural, Conselheiro Vivo e Grupo de Leitura “Sertões de Memórias”.
- Planejar as ações para 2015 (Conselheiro Vivo e dos projetos acima citados, além de ações e projetos desenvolvidos em parceria com outras instituições).

CINECLUBE IPHANAQ RETORNA PELA QUINTA VEZ A LAGOA CERCADA NA FESTA DA PADROEIRA

Pelo 5º. ano consecutivo, durante a festa da padroeira de Lagoa Cercada, Imaculada Nossa Senhora da Conceição, o Cineclube Iphanaq realizou exibição na referida comunidade, após a novena.

O Projeto exibiu três curtas/documentários em 2014. O primeiro apresentado foi “Calango Lengo”. Com direção de Fernando Miller, esse curta de animação infantil aborda de forma humorada a trajetória do nordestino, tem que cumprir seu destino, sem ter o que pôr no prato. Na seca não há outra sorte: viver fugindo da morte, como foge o rato do gato. A esperança é rogar à Nossa Senhora Aparecida para mandar chuva, para se ter água e assim ter colheita e fartura no sertão. É um filme que desperta várias reflexões sobre o fenômeno da seca.

O segundo documentário exibido foi “Trocando em Miúdos”, direção César Crispim, que mostra um dia em uma feira de rua, em Juazeiro do Norte-CE. Esse curta-metragem apresenta depoimentos e imagens da montagem e desmontagem da feira, seu movimento, o clima e seus produtos ali comercializados.

Difusão de bens culturais – O terceiro Curta apresentado foi “Lata D´água”, de Amanda Marques e Marivaldo Silva. Esse documentário mostra uma produção teatral de rua que leva os atores ao ambiente dos chafarizes, onde antigamente os moradores de Pombos-PE abasteciam de água as suas casas. O vídeo traz uma mistura de linguagens em sua estrutura: teatro e vídeo, documentário e ficção, para problematizar a questão da falta de água na cidade. Esse dois documentários fazem parte da série LAB Cultura Viva. Trata-se de uma produção colaborativa do Minc que selecionou curtas dos Pontos de Cultura para organizar essa coletânea e difundir as produções dos Pontos. A ONG Iphanaq recebeu esse material quando da sua participação da TEIA Nacional, realizada neste ano em Natal, capital do Rio Grande do Norte.

Durante o debate após os filmes, o senhor Otávio Vicente, líder comunitário de Lagoa Cercada, destacou que as maiorias das cenas dos filmes apresentados fizeram parte da sua infância. Ele se recorda da seca como a falta de água potável para o consumo. Quando havia água, recorda-se, estava muito distante das residências. “É uma realidade que infelizmente se repete em pleno século XXI. Isso só mostra que ações desenvolvidas durante todo esse tempo não solucionaram esse problema. A classe política continua, em sua grande maioria, enganando o povo com soluções paliativas que se repetem a cada seca, como essa agora que estamos enfrentando nos últimos três anos. Hoje os mais jovens não enfrentam as dificuldades apresentadas nos filmes. Os tempos são outros, mas eles precisam conhecer essa história para entenderem como era a realidade no tempo de seus pais e avôs”, destaca Seu Otávio Vicente.

É importante destacar que comunidade agradeceu o empenho da ONG Iphanaq com o projeto cineclube, que todo os anos está presente na festa da padroeira da comunidade, oportunizando acesso à cultura do cinema, com debates e reflexões inseridas na realidade. O Projeto configura-se como um trabalho valoroso que já está no seu sexto ano, exibindo cinema pelas comunidades dos sertões de Quixeramobim.







Texto: Neto Camorim- Coordenador do Cineclube Iphanaq
Fotos: Edmilson Nascimento – Integrante da ONG Iphanaq

PAPO CULTURAL RECEBE NILTON SILVA (NILTON SARDINHA)

O Projeto Papo Cultural recebeu neste dia 28 de novembro, na sua 46ª edição o ex-jogador, treinador e cronista esportivo Nilton Silva, mais conhecido na cidade como Nilton Sardinha. Ao iniciar o evento, ele fez uma retrospectiva de sua atuação como jogador de futebol, e como foi o início da sua participação nesse esporte no ano de 1972.

Na época lembra Nilton, que os campeonatos eram muito importantes para a vida da cidade e concentrava uma grande quantidade de pessoas nos locais de disputas das partidas, sejam elas realizadas no Estádio Carneirão ou mesmo em outros campos nos arredores da cidade.

Inicialmente começou jogando no América, um time sem muita expressão e nesse campeonato de nove partidas disputadas perderam todas. De acordo com Nilton Sardinha, o América era um time de um só tempo. Os adversários seguravam o jogo no primeiro tempo e no segundo fazia os gols necessários. No último jogo desse campeonato, o time já eliminado, jogando contra o Time do Camarão, e nesse nem o técnico quis ir, pois já estava tudo perdido no primeiro o tempo o América terminou o primeiro tempo vencendo por 3 X 0. Imediatamente comunicaram ao treinador do que estava ocorrendo e o mesmo se deslocou para o campo. Ao chegar com o segundo tempo em andamento o América já perdia por 4 x 3.

Findado a participação do América no campeonato, Nilton ingressa no Time do Cruzeiro já que o regulamento permitia essa permuta mesmo dentro de um mesmo torneio. Foi um período muito importante por se tratar na época a maior rivalidade no que se refere a futebol. A torcida da cidade era dividida entre Cruzeiro e Flamengo. Quem torcia e jogava pelo Flamengo morava da Igreja Matriz ao cemitério; quem torcia e jogava pelo Cruzeiro Morava da Igreja Matriz para o Bairro Vila São Paulo. Destacou.

Nilton comenta que teve de se mudar da Rua Benjamim Barroso por conta dessa rivalidade. Os torcedores do Flamengo jogavam pedras no telhado de sua casa e não teve outro jeito, mudou-se, na época para a Rua 14 de Agosto. Mesmo assim, Nilton lembra que no estádio as torcidas eram dividas em cada lado do estádio, mas saída era pelo mesmo local e nunca houve confrontos. A rivalidade se dava em campo e nas arquibancadas.

Olhando atualmente para a realidade do futebol de Quixeramobim Nilton lamenta e ver com tristeza o abandono que ele vem passando. Reconhece o quanto é importante à prática esportiva na vida da cidade, mas também coloca alguns percalços para essa realidade. “Antes as pessoas jogavam por prazer, mas teve um tempo em que começaram a inflacionar o futebol, trazer gente de fora pagando e hoje quando alguém é convidado para ir para um time que logo saber quanto vai ganhar, e nem todo mundo tem condições para pagar”. Assim se expressou.

Em outro momento destacou a importância que sempre teve Quixeramobim como seleiro de verdadeiros craques. Durante a conversa cita muitos como Isôr, Tachiquinho (que o São Paulo quis levar, mas o pai não deixou), Aluísio Batista, Laudenir, Deroca, Airton (esse chegando a jogar profissional em vários times do Brasil), Marquinhos e Yarlei. Esse último, internacionalmente conhecido, pelos títulos que conquistou no Boca Júnior da Argentina e Internacional de Porto Alegre. Além de ter

jogado, Quixadá, Paysandu, Ceará, Goiás e Corinthians Paulista. O próprio Nilton que em 1974 treinou no Juvenil do Ferroviário, na época o time de melhor estrutura no Ceará. Na visão de um dos fatores que mais contribuírem para esses jogadores não investirem em suas carreiras foi o fato de serem muito ligados à cidade, “as raízes deles estão em Quixeramobim”.

Durante o debate, onde o público interage com o convidado, Nilton Sardinha contou várias histórias do tempo em que defendeu a Seleção de Quixeramobim e que sempre foram muito difíceis os campeonatos. Nossa cidade formava bons times, mas durante o tempo em que serviu a seleção nunca foi campeão.

Destacou ainda, que quando se jogava fora era muito complicado, aconteciam certas interferências que alteravam o placar, havia toda uma armação para o time da casa ganhar, e muitas vezes ganhar fora poderia por em risco a vida dos jogadores. “Para mim foi a maior decepção não ter ganhado um intermunicipal por os times que a gente montava eram muito fortes”.

Finalizando, Nilton agradeceu o espaço a ele concedido para falar um pouco de sua experiência esportiva se colocando à disposição para outros momentos. Ao encerrar o Coordenador do Papo Cultural Neto Camorim fez os agradecimentos e convidou Kadinha, também ex-jogador de futebol para entregar a menção honrosa ao nosso convidado.




Ailton Brasil- Historiador e Presidente da Ong. Iphanaq
Foto: Edmilson Nascimento

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Ong Iphanaq agora no Facebook: Curta página e acompanhe as ações

Pensando em difundir mais ainda suas ações a partir de Quixeramobim, no Ceará, ONG Iphanaq possui agora mais um novo espaço, a Fan Page no Facebook. De forma interativa, todo conteúdo produzido pela equipe do Iphanq no site e blog, ganham espaço na página. O espaço é potencializado com apoiadores no ano que marca 10 anos de atividade ininterruptas da ONG Iphanaq, momento que será comemorado pelos integrantes neste final de ano.

Como entrar
Para você receber as informações e notícias da ONG Iphanaq em seu fed de notícias do Facebook: Ao entrar na rede social procure a aba “pesquisar”, em seguida digite o nome “ONG Iphanaq”, logo após aparecerá a logo da ONG e conseqüentemente a página. Ao ver a página clique na opção “Curtir”. Pronto, a partir daí você receberá automaticamente as informações.

Para o presidente da entidade, o professor Aílton Brasil, a ferramenta é muito importante para ajudar a difundir o que o Iphanaq realiza: “É um espaço muito bacana. Hoje possuímos site e blog para postarmos ao público aquilo que produzimos, e a página no Facebook ajuda a difundir cada vez mais o que o Iphanaq faz. É mais um meio de comunicação que utilizamos. Fácil, barato e de muita eficácia”, observa, convidando integrantes e apoiadores para participação.

Acesse e confira as informações atualizadas!
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quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Cerca de cinco mil pessoas participam da Caminhada da Seca, em Senador Pompeu

Foto: Elistênio Alves
Pela trigésima segunda (32ª) vez, fiéis e peregrinos participaram da já tradicional Caminhada da Seca, realizada sempre no segundo domingo de novembro, no município de Senador Pompeu, no Sertão Central.  A Caminhada que teve seu início no ano de 1982, e visa homenagear os cerca de 2,5 mil retirantes mortos no campo de concentração da Barragem do Açude Patú. As vítimas eram homens e mulheres, crianças, adultos e idosos.

Como todos os anos, um tema é escolhido pelo Centro de Defesa dos Direitos Humanos Antônio Conselheiro (CDDH-AC), que organiza o evento para que os inúmeros fiéis possam refletir. Dada a preocupação com o sistema hídrico da cidade, o tema escolhido em 2014 foi: “Pela Preservação das Águas do Patú, fonte de vida e construção da liberdade – Em defesa da dignidade humana”.

A Caminhada movimenta o município desde o início do final de semana. A cidade vive um ar diferente com a chegada de inúmeros romeiros e visitantes de outros municípios que todos os anos participam da Caminhada que tem início de madrugada. Guiados por cânticos, leituras e rezas, os peregrinos caminham os cerca de seis quilômetros que separam a Igreja de Senador Pompeu do cemitério localizado no terreno da Barragem do açude Patú em pouco mais de duas horas.

Os retirantes levam em sua maioria água e pão, pois segundo a tradição, esses mantimentos devem ser oferecidos às almas, afinal às inúmeras pessoas morreram justamente por falta deles. E é em intenção dessas almas que se celebra uma missa ao final da Caminhada.

Apesar da importância histórica e religiosa do evento, segundo a organização, este ano foram enfrentadas dificuldades para a sua realização, pois importantes pessoas ligadas à comunicação da cidade e até mesmo o governo municipal não teriam empenhado esforços na execução do mesmo.

Para o historiador Neto Camorim, que acompanhou o Sistema Maior e também participou pela primeira vez da Caminhada, é preciso valorizar a história da região: “A Caminhada da Seca em Senador Pompeu é um momento místico, de religiosidade e muita fé em memória as almas daqueles que morreram de fome, sede e cólera no campo de concentração para não fugirem em direção a Fortaleza. Precisamos conhecer e valorizar a história de nossa região do Sertão Central cearense”, disse. Neto faz parte da ONG. Iphanaq, que fez registros em vídeo para a produção de um documentário sobre o evento.

Enviados Especiais Ong. Iphanaq
Elistênio Alves e Neto Camorim










E o Arquivo Público Municipal, cadê?

A Câmara Municipal de Quixeramobim está deixando o prédio que fora utilizado por muitos anos como sede do parlamento municipal, a Casa de Câmara e Cadeia. Esta, que é tombada pelo Iphan como um dos patrimônios arquitetônicos do país, deixará em alguns dias de ser sede do Legislativo definitivamente.

Em 29 de outubro foi assinada a ordem de serviço para a construção da nova sede da Casa Legislativa, na Avenida Dr. Joaquim Fernandes. Inclusive os primeiros tijolos já foram postos na obra, que começou logo após o falatório do parlamento. Um espaço bem mais amplo e confortável, diga-se de passagem. Dada a vacância da agora sede antiga, surge a pressão popular para que o espaço abrigue o Arquivo Público Municipal.

Para que isso pudesse acontecer primeiro teria que, no mínimo, esse Arquivo ser criado (e foi) por Lei. Matéria publicada no Blog Quixeramobim Agora, em 06 de Dezembro de 2012, informava que “A Câmara Municipal de Quixeramobim aprovou na penúltima sessão do ano de 2012, realizada no dia 05 de dezembro, o projeto de Lei que cria o Arquivo Público Municipal de Quixeramobim”. À época o projeto de Lei aprovado pela Câmara seguiu para a sanção do novo prefeito, Cirilo Pimenta, que segundo informações que me foram repassadas, o sancionou.

É hora de ocupar a Casa!
Tendo em vista a retirada por completo da Câmara do prédio, o que ocorrerá nos próximos dias, é momento de ocupar o espaço com aquilo que já foi definido por Lei e que não deve demorar muito para acontecer, pois já vimos exemplos claros de utilização de prédios históricos para outros ‘fins’, o caso mais claro é do Memorial Antonio Conselheiro, hoje abandonado!

Existe outro projeto de Lei que já passou por votação na Câmara e que também já foi aprovado, segundo o vereador e atual secretário de cultura, Everardo Júnior, transformando a Casa de Câmara e Cadeia em Casa da Memória e Museu Jorge Simão, além de abrigar o Arquivo. O contato feito por telefone com o vereador foi no dia 29 de outubro. Ele ficou de retornar a ligação no dia seguinte para passar mais informações, e como se diz no popular: ‘até hoje’.

É proibido cochilar!
Acendeu uma luz amarela, quase vermelha sobre o que se fará naquele espaço. É preciso que nós, sociedade civil, pressionemos o poder público municipal para que não cochile e não desperdice tempo nesse processo de transição. É mais do que importante, é imprescindível utilizar aquele espaço para o Arquivo Público Municipal. Nós estamos de olho!

Por
Elistênio Alves
Graduando em Letras/Espanhol pela Universidade Federal do Ceará

Papo Cultural recebe Getúlio Câmara no Dia do Radialista

Foto: Elistênio Alves
Aconteceu no dia 7 de novembro, no dia do Radialista, a 45ª edição do projeto Papo Cultural. Dessa vez recebemos um dos radialistas mais respeitados do município de Quixeramobim e do sertão central cearense, Getúlio Câmara.

Getúlio, uma pessoa singular, discreto, chega à Casa do Conselheiro pouco tempo antes do horário previsto para o início do Papo. “Nos bastidores” algumas conversas, histórias contadas de uma cidade com personagens espetaculares que estão por aí palavreadas de boca em boca, mas que vêm à tona nas vozes desses guardadores de memórias coletivas de nossa cidade.

Aos poucos chega um, chega outro e o Papo começa. Um pequeno público, para a alegria de nosso ilustre convidado que, fora do estúdio, confessa sua timidez. Mas com maestria nos remete à cidade de Quixeramobim dos anos 50 e 60, da Radiadora Voz de Cristal ao recebimento das mãos de um emissário acompanhados da Polícia Federal a tão sonhada licença para o funcionamento da Rádio difusora Cristal. “Era o dia 5 de fevereiro de 1968, quando a concessão foi assinada pelo Castelo Branco”. Como era em tempos da Ditadura Militar, toda semana tinha fiscalização para evitar que a rádio tocasse as músicas fora da relação deixada pelos militares. Portanto, tinha uma lista das músicas que eram proibidas.

Escolhas - Segundo Getúlio, antes de se tornar uma emissora de rádio, a Voz de Cristal, funcionava em determinados horários com um serviço de alto-falante, com caixas colocadas em locais estratégicos da cidade, sempre de muita utilidade pública. Sobre sua vida toda dedicada ao rádio, lembrou que, na época em que iniciou sua vida radiofônica, tinha passado na primeira fase para cursar medicina, porém, nesse intervalo, veio pra Quixeramobim e iniciou o trabalho na rádio, desistindo do curso que ainda hoje é tão cobiçado pela maioria de nossos jovens.

Getúlio destacou ainda a qualidade do acervo musical da emissora, que não deixa a desejar a nenhuma outra no país, tendo em seu estúdio a primeira música gravada no Brasil, além de ter mais de quatro mil discos de cera, que hoje são uma raridade. Indagado sobre o gosto pela música, lembrou que morava bem ao lado do estúdio da radiadora e assim não teve como não gostar daquele universo musical.

“A Radio Difusora Cristal faz parte da História de Quixeramobim”, comenta Getúlio e relembra ao mesmo tempo a luta de seu pai, Fenelon Câmara, que ao longo da vida fez de tudo para manter a emissora no ar. Getúlio orgulha-se da rádio nunca ter sido punida por irregularidades, seja de caráter político ou não. E afirma ainda: “deixo todo mundo falar na rádio, desde que não fale de ninguém”.

Êxitos - Durante todo o tempo foram momentos de idas e vindas à história da emissora, e em alguns momentos de muita emoção, como se vê quando Getúlio relembra fatos importantes, em alguns momentos pitorescos que arrancavam boas gargalhadas nos presentes. Público que, ao mesmo tempo, interpelava o convidado praticamente durante todo o Papo. E, é claro, houve várias inserções dos presentes sobre os dois principais programas em que Getúlio comanda e comandou: Agenda Policial e Discoteca da Amizade. Para Getúlio, o sucesso do programa, em sua modéstia, está muito mais ligado à assiduidade do que propriamente ao apresentador. Quanto à Discoteca da Amizade, pensa em voltar a transmitir, num formato diferente, já que os tempos são outros.

Durante o debate, quando perguntado se seu nome era em homenagem ao ex-presidente Getúlio Vargas, ele confirmou a homenagem, e disse que tem uma carta que foi respondida por Darcy Vargas confirmando o apadrinhamento. Ainda durante o debate, Getúlio falou um pouco de sua carreira política e dos percalços que enfrentou quando foi presidente da Câmara Municipal de Quixeramobim.

Ao encerrar, Getúlio recebeu uma menção honrosa pela sua presença ao evento, agradecendo por ela e pelo convite, dizendo estar “muito satisfeito em poder participar do Papo Cultural”, colocando-se à disposição para outros momentos.

Ailton Brasil- Historiador e Presidente da ONG Iphanaq






quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Romaria canudense: solidariedade e forças para o futuro

Ruínas da Igreja na Velha Canudos. Foto: Elistênio Alves (2013)
Em 1988 alguns homens e mulheres, agricultores, organizados em sociedade, juntos com “protestantes”(crentes) e católicos das paróquias da região de Canudos, e das Dioceses de Paulo Afonso, Juazeiro, Senhor do Bonfim e Rui Barbosa, deram inicio à 1ª. Romaria de Canudos. Este ano o evento completou 27 romarias consecutivas trazendo o tema: “Canudos, Liberdade e Dignidade para o Sertão”, tendo suas atividades iniciadas na noite de 17 de outubro no Memorial Antônio Conselheiro. O Momento contou com a palestra Canudos Sempre, ministrada pelo professor Edivaldo Boaventura, primeiro reitor da Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Este é o terceiro ano consecutivo que a Universidade participa de forma direta, como uma das principais organizadoras.

No segundo dia, na parte da manhã (18/10) a programação deixava a critério de cada caravana a visitação aos principais pontos turísticos de Canudos. Ao final da matéria, confira os pontos visitados.

Afinal o que é romaria?
O Aurélio nos diz que é uma peregrinação a algum local religioso. Diz ainda tratar-se de uma aglomeração de pessoas. É neste sentido que os “conselheristas” peregrinam, animados, entusiasmados, refletindo sobre os ideais de Conselheiro na contemporaneidade, vivos, como observamos nas palestras, mesas redondas e celebrações ecumênicas.

A parte da tarde foi reservada para o tradicional desfile organizado pelo  Colégio Municipal Antônio Ferreira (COMAF), com diversos temas: Carnaval, A terra, Paz - o maior pelotão regido sobre música e “A Paz” de Roupa Nova. “É preciso pensar um pouco nas pessoas que ainda vêm / Nas crianças /A gente tem que arrumar um jeito / De achar pra eles um lugar melhor. / Para os nossos filhos / E para os filhos de nossos filhos / Pense bem!...”, mas certamente o tema que arrepiou foi sobre a Ditadura Militar no Brasil, que, segundo os historiadores, iniciou-se em 31 de março de 1964 e finalizou-se em 15 de janeiro de 1985. Os estudantes da referida escola mostraram cenicamente o uso de métodos violentos, que incluíam torturas com choques, afogamento, entre outras tantas técnicas militares da época contra os opositores ao regime.

À noite aconteceu a celebração ecumênica, ao ar livre, em frente ao IPMC. Logo após, mesa redonda intercalada por questões da plateia, público este que se emocionou com o espetáculo “Melelego”, da Cia Teatral de Canudos, que iniciou a noite cultural. Em seguida, show em voz e violão com o excelente artista Isael de Paulo Afonso e o tão esperado momento do lançamento do cd de Bião de Canudos.

No ultimo dia da Romaria de Canudos (19/10), a população foi acordada por fogos e um trio elétrico de onde os animadores convidavam os romeiros para a celebração final e a caminhada, saindo do IPMC até à serra do Mirante, com a benção e despedida."Levantei cedo, eu também peguei a estrada, hoje eu não perco por nada a Romaria de Canudos." Desta forma centenas de romeiros iam cantando, se despedindo, refletindo o tema: Canudos, liberdade e dignidade para o Sertão, que foi discutido, encenado, cantado e retratado. Esperamos que pelo lema desta 27ª Romaria de Canudos: Libertar a Terra, a Água, as Mãos e o Coração, possamos colocar em nossa vivência cotidiana os aprendizados que durante estes três dias muito nos enriqueceram. E pela benção do Antônio Conselheiro e a luta diária de manter vivo entre nós os seus ideias, esperamos nos reencontramos novamente no ano que vem na 28ª Romaria de Canudos.

Confira os pontos de Canudos visitados pelas caravanas participantes da 27ª Romaria, incluindo a de Quixeramobim, formada por integrantes da ONG Iphanaq:
Mirante- local de onde se tem uma vista panorâmica da cidade, e do Açude do Cocorobó. Há ainda neste monte uma capela e uma grande estátua de Antônio Conselheiro; Parque Estadual de Canudos - onde estão o Vale da Morte, o Vale da Degola (onde chefes expedicionários mandavam cortar pescoços de jagunços) e o Alto do Maio (ou do Maia, ou do Mário), onde morreu o coronel Antônio Moreira César (1850-1897), comandante da terceira expedição; Memorial Antônio Conselheiro - existem ali, cuidadosamente catalogados, fragmentos de granadas, garrafas, frascos, botões, numeração indicativa de batalhão, fivelas, estojos e projéteis de fuzis, além de outras relíquias da guerra de Canudos. Há também uma biblioteca com um vasto material sobre o tema e assuntos diversos, um belíssimo jardim com as plantas típicas da caatinga e uma sala de teatro; IPMC- Instituto Popular Memorial de Canudos - há neste local uma capela com uma a cruz original da época de Conselheiro e a madeira comprada pelo mesmo, que não foi entregue, servindo como uma das “causas” para o início do massacre.

Existe uma exposição de fotos, obras de arte, recortes de jornais, e também alguns livros para venda; Em Jorrinho, ao lado da barragem do Rio Vaza Barris, é uma área de lazer frequentada por banhistas, dentre outros. São muitos locais de encontro, movimentando as casas comerciais e institucionais com encontros de amigos, parentes e celebrações com romeiros advindos de: Quixeramobim-CE, terra natal do Conselheiro, Ribeira do Pombal, Uauá,  Quijingue, Paulo Afonso, Juazeiro-BA, Santo Sé, Monte Santo, Euclides da Cunha, Salvador e outras tantas que marcam anualmente presença na Romaria.

Postado por: Por Carlos Carneiro, Euclides da Cunha - BA

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

GRUPO DE LEITURA “SERTÕES E MEMÓRIA” REALIZA ENCONTRO COM OS LEITORES DO LIVRO A MARGEM DE DONA GUIDINHA DO POÇO


No último dia 24 de outubro, o grupo de leitura “sertões e memórias” se reuniram e realizaram o segundo encontro para discutir o livro “A margem de Dona Guidinha do Poço” de Ismael Pordeus. Acompanhe a seguir o texto produzido pelo professor de língua portuguesa Willamy Nunes.           
Mais um encontro do Grupo de Leitura. Por volta das 19 horas de uma sexta-feira do dia 24 de outubro, enquanto a cidade se “agita” e ainda comemora o fim do expediente, um grupo lê e debate sobre o livro À margem de D. Guidinha do Poço, do historiador Ismael Pordeus, na Casa Antônio Conselheiro. É um trabalho de formiguinha e de resistência, ao mesmo tempo é um prazer, uma válvula de escape depois de uma semana dura de trabalho. A leitura da obra de Ismael Pordeus é necessário para dá base ao entendimento do romance D. Guidinha do Poço, de Oliveira Paiva.
            Se a obra literária é monumento artístico, o romance D. Guidinha do Poço é um dos maiores símbolos da nossa literatura. Na verdade é uma grande história romanceada baseada em um episódio trágico de assassinato em Quixeramobim no século XIX; hoje sabemos disso claramente, mas foi na década de 1960 que a obra documental À margem de D. Guidinha do Poço, de Ismael Pordeus que tudo foi elucidado. O historiador situa detalhadamente os fatos ocorridos no romance a partir de apresentação de documentos da época, através de belo trabalho de análise comparativa entre o monumento literário, o romance, o documento e o texto histórico.
             A leitura girou em torno de trechos do livro de Ismael Pordeus onde eram feitas as análises e tecidas as discussões e os comentários a respeito da relação estabelecida entre história e ficção no que diz respeito não só dos fatos, mas também dos topônimos onde tudo se passava.
              Em tom de conversa, as impressões e opiniões são expostas e debatidas. E assim, o grupo de leitura dispensa mais um momento de atenção as nossas obras literárias ou históricas, no sentido de manter vivos os textos que ajudam a formar nossa história e a sedimentar nosso patrimônio cultural, conferindo, assim, uma base para nossa identidade cultural.

Willamy Nunes- Professor de Língua Portuguesa e Coordenador do grupo de leitura “Sertões e Memórias”.





Texto: Willamy Nunes
fotos: Edmilson Nascimento

terça-feira, 21 de outubro de 2014

IPHANAQ PARTICIPA DA 27ª ROMARIA DE CANUDOS


De 17 a 19 de outubro a Ong. Iphanaq, através de seus representantes Neto Camorim, Edmilson Nascimento e João Paulo Barbosa estiveram na cidade de Canudos- BA, participando da 27ª Romaria.
Este ano a Romaria teve como tema: “Canudos, Liberdade e Dignidade Para o Sertão” e o lema: “libertar a terra, a água, as mãos e o coração”. A romaria é uma realização da Paróquia de Santo Antônio de Canudos, com o apoio da Prefeitura Municipal de Canudos, UNEB, Projeto Canudos- Fórum de Desenvolvimento Local Sustentável e de diversas entidades parceiras na realização desse evento, que sempre acontece no terceiro final de semana de outubro.
A programação da romaria teve início no dia 17 as 19:30 no memorial Antonio Conselheiro com as atividades da UNEB e do Fórum de Desenvolvimento Local Sustentável e Projeto Canudos. Foram apresentados os resultados das oficinas de teatro e audiovisual realizadas durante a semana e teve uma palestra com o professor Edvaldo Boaventura, Ex-Reitor da UNEB, que falou sobre as produções acadêmicas sobre o tema Canudos.
No sábado, dia 18, as atividades deram início às 8 da manhã com visita ao IPMC (Instituto Popular Memorial de Canudos), ao Memorial Antônio Conselheiro. Ao Mirante e Parque Estadual de Canudos, a critério de cada caravana visitante. Durante essa programação da manhã, o professor Neto Camorim não integrou a comitiva de Quixeramobim nessas visitas, pois estava participando de uma entrevista na Rádio Atividade FM de Canudos das 10 às 11h.
Durante o almoço articulado pelo professor Carlos Carneiro para a comitiva de Quixeramobim e amigos das cidades vizinhas, que por ideia de Neto Camorim, toda romaria tem se encontrado para se confraternizar e se aproximar ainda mais nos laços de solidariedade e dignidade como defendia Conselheiro, foi preparado na comunidade de 150, distrito de Canudos pela professora Maria Augusta o tão famoso “Melelego”, prato típico de Canudos. Uma comida gostosa, que se caracteriza por uma mistura de vários ingredientes e variedades de carnes e temperos, acrescentado de arroz e macarrão. Uma delícia que foi saboreada pelos presentes ao almoço patrocinado pelos amigos de canudos aos seus amigos presentes da romaria.
No período da tarde, às 15h aconteceu o desfile histórico com os alunos da rede municipal e estadual. As 20h a celebração ecumênica em frente ao IPMC e às 21h a mesa redonda, que teve como convidados o João Reis- professor de história da rede municipal e estadual em Canudos e do ambientalista Roberto Valverde (Gogó) de Juazeiro-BA, que refletiram sobre o tema da romaria. Em seguida aconteceu um debate.
Após esse momento foi realizada a noite cultural com a apresentação teatral e musical de voz e violão de Isael de Paulo Afonso-BA e show de Bião de Canudos, que cantou para o público presente algumas das músicas de seu novo disco. Além de feira de artesanato e comidas típicas da região.
No domingo, 19, as 05:30h a Alvorada, as 6h- Celebração Eucarística, presidida pelo bispo da diocese de Paulo Afonso no qual pertence a Paróquia de Canudos. Após a celebração teve a caminhada até o Mirante do Conselheiro, momento de despedida e bênção final.

Segundo João Paulo Barbosa que há três anos consecutivo participa da romaria, esse evento em sua opinião tem muita importância para rememorar e celebrar a memória da Guerra de Canudos e do seu líder Antônio Conselheiro e de seus seguidores, os sertanejos que junto construíram um projeto de vida digna no sertão baiano, e logo as forças da elite dominante veio a destruir. Além de ser um momento de integração daqueles que estudam e valorizam a história desse genocídio praticado contra os sertanejos no final do século XIX.  Para Quixeramobim em especial, também é momento de articular a participação de Canudos no “Conselheiro Vivo” 2015, evento realizado na terra natal de Conselheiro na semana do 13 de março.









Texto: Neto Camorim
Fotos: Edmilson Nascimento e João Paulo Barbosa