segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

PAPO CULTURAL RECEBE NILTON SILVA (NILTON SARDINHA)

O Projeto Papo Cultural recebeu neste dia 28 de novembro, na sua 46ª edição o ex-jogador, treinador e cronista esportivo Nilton Silva, mais conhecido na cidade como Nilton Sardinha. Ao iniciar o evento, ele fez uma retrospectiva de sua atuação como jogador de futebol, e como foi o início da sua participação nesse esporte no ano de 1972.

Na época lembra Nilton, que os campeonatos eram muito importantes para a vida da cidade e concentrava uma grande quantidade de pessoas nos locais de disputas das partidas, sejam elas realizadas no Estádio Carneirão ou mesmo em outros campos nos arredores da cidade.

Inicialmente começou jogando no América, um time sem muita expressão e nesse campeonato de nove partidas disputadas perderam todas. De acordo com Nilton Sardinha, o América era um time de um só tempo. Os adversários seguravam o jogo no primeiro tempo e no segundo fazia os gols necessários. No último jogo desse campeonato, o time já eliminado, jogando contra o Time do Camarão, e nesse nem o técnico quis ir, pois já estava tudo perdido no primeiro o tempo o América terminou o primeiro tempo vencendo por 3 X 0. Imediatamente comunicaram ao treinador do que estava ocorrendo e o mesmo se deslocou para o campo. Ao chegar com o segundo tempo em andamento o América já perdia por 4 x 3.

Findado a participação do América no campeonato, Nilton ingressa no Time do Cruzeiro já que o regulamento permitia essa permuta mesmo dentro de um mesmo torneio. Foi um período muito importante por se tratar na época a maior rivalidade no que se refere a futebol. A torcida da cidade era dividida entre Cruzeiro e Flamengo. Quem torcia e jogava pelo Flamengo morava da Igreja Matriz ao cemitério; quem torcia e jogava pelo Cruzeiro Morava da Igreja Matriz para o Bairro Vila São Paulo. Destacou.

Nilton comenta que teve de se mudar da Rua Benjamim Barroso por conta dessa rivalidade. Os torcedores do Flamengo jogavam pedras no telhado de sua casa e não teve outro jeito, mudou-se, na época para a Rua 14 de Agosto. Mesmo assim, Nilton lembra que no estádio as torcidas eram dividas em cada lado do estádio, mas saída era pelo mesmo local e nunca houve confrontos. A rivalidade se dava em campo e nas arquibancadas.

Olhando atualmente para a realidade do futebol de Quixeramobim Nilton lamenta e ver com tristeza o abandono que ele vem passando. Reconhece o quanto é importante à prática esportiva na vida da cidade, mas também coloca alguns percalços para essa realidade. “Antes as pessoas jogavam por prazer, mas teve um tempo em que começaram a inflacionar o futebol, trazer gente de fora pagando e hoje quando alguém é convidado para ir para um time que logo saber quanto vai ganhar, e nem todo mundo tem condições para pagar”. Assim se expressou.

Em outro momento destacou a importância que sempre teve Quixeramobim como seleiro de verdadeiros craques. Durante a conversa cita muitos como Isôr, Tachiquinho (que o São Paulo quis levar, mas o pai não deixou), Aluísio Batista, Laudenir, Deroca, Airton (esse chegando a jogar profissional em vários times do Brasil), Marquinhos e Yarlei. Esse último, internacionalmente conhecido, pelos títulos que conquistou no Boca Júnior da Argentina e Internacional de Porto Alegre. Além de ter

jogado, Quixadá, Paysandu, Ceará, Goiás e Corinthians Paulista. O próprio Nilton que em 1974 treinou no Juvenil do Ferroviário, na época o time de melhor estrutura no Ceará. Na visão de um dos fatores que mais contribuírem para esses jogadores não investirem em suas carreiras foi o fato de serem muito ligados à cidade, “as raízes deles estão em Quixeramobim”.

Durante o debate, onde o público interage com o convidado, Nilton Sardinha contou várias histórias do tempo em que defendeu a Seleção de Quixeramobim e que sempre foram muito difíceis os campeonatos. Nossa cidade formava bons times, mas durante o tempo em que serviu a seleção nunca foi campeão.

Destacou ainda, que quando se jogava fora era muito complicado, aconteciam certas interferências que alteravam o placar, havia toda uma armação para o time da casa ganhar, e muitas vezes ganhar fora poderia por em risco a vida dos jogadores. “Para mim foi a maior decepção não ter ganhado um intermunicipal por os times que a gente montava eram muito fortes”.

Finalizando, Nilton agradeceu o espaço a ele concedido para falar um pouco de sua experiência esportiva se colocando à disposição para outros momentos. Ao encerrar o Coordenador do Papo Cultural Neto Camorim fez os agradecimentos e convidou Kadinha, também ex-jogador de futebol para entregar a menção honrosa ao nosso convidado.




Ailton Brasil- Historiador e Presidente da Ong. Iphanaq
Foto: Edmilson Nascimento

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