domingo, 24 de janeiro de 2010

Oficina

23 e 24 de janeiro 2010, aconteceu no Liceu de Quixeramobim oficina com a professora Rita São Paio envolvendo a temática Arquivo.
Vale ressaltar que foi uma oficina bastante participativa, onde a ministrante buscou a interação com a turma, instigando os conhecimentos e aguçando nas descobertas.
Por se tratar de uma temática até então desconhecida por quase todos os participantes, houve uma grande motivação no que diz respeito "aprender"...Estudos em grupos proporcionou a troca de informações e contribuiu para novas aprendizagens.Esta é sem dúvida uma temática de grande relevância para nosso municipio,ainda não temos Arquivo Municipal, assim buscaremos junto as autoridades elaborar projetos que culminem na implantação do Arquivo em Quixeramobim.
Entedemos que Gestão documental trate-se de procedimentos e operações tecnicas referentes a produção, transmição, uso,avaliaçãoe qrquivamento em fase corrente e intermediaria, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente.
Estudou-se ainda sobre as leis e Decretos que regulamentam os Arquivos, princípios arquivisticos entre outros. Suerlene Oliveira

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

ASSIM NA VIDA, COMO NA MORTE.


Por mais de cem anos, os sepultamentos em Quixeramobim, eram realizados dentro da Igreja Matriz e outros templos. Porém, existia uma distinção para realizar os sepultamentos, que era definido de acordo com a importância e condição social do falecido.
Os túmulos de “grade acima” eram destinados aos chamados “homens bons”, os ricos da classe dominante composta de grandes fazendeiros, políticos de influência e pessoas abastadas de um modo geral. Os padres, por outro lado, constituíam a elite dessa estratificação, se assim podemos chamar, a eles eram reservados os altares.
Essa prática era comum em toda localidade que tivesse pelo menos uma capela e aqui não poderia ser diferente. Vale salientar, que muitos deixavam em seus testamentos e inventários, o desejo de serem enterrados dentro de uma igreja. Com o passar do tempo, esse costume começou a causar incômodos e inconveniências, devido ao forte cheiro de corpos em decomposição, que exalavam das sepulturas, atrapalhando as atividades religiosas e até mesmo, o desenvolvimento urbano em torno da Igreja Matriz e da Igreja do Bonfim. Era proibido construir moradias nesse trecho da cidade, pois existia o receio de que as pessoas poderiam adoecer, devido à inalação constante e dos ventos que espalhavam a podridão.
Foi então, que em 1854, o padre coadjutor da Paróquia de Santo Antônio, José Jacinto Bezerra Borges de Menezes, é dado o início a construção do cemitério. Fato que mexeu com o imaginário popular, pois as pessoas da época acreditavam que só teriam “salvação”, se fossem sepultadas numa igreja. Mas com o poder de convencimento do religioso, logo ele conseguiu a adesão do povo e a construção tomou ares de mutirão e cada um contribuía como podia. Quem não podia doar material de construção, doava horas de serviços, carregando areia e pedra do rio Quixeramobim para erguer os muros do cemitério e a Capela de Nossa Senhora do Carmo.
Depois da construção, foi dado permissão para que as famílias erguessem seus mausoléus. E então, a ostentação de poder ficou ainda mais explícita. As famílias mais ricas gastavam enormes quantias de dinheiro para pagar todo requinte empregado na construção de seus jazidos, que deveriam ficar de acordo com o poder e posição social do falecido. Muitas vezes, era encomendada de artistas europeus essa incumbência.
Vale ressaltar que essa estratificação continua presente no cemitério local ainda hoje, mostrando que mesmo após a morte, seu jazido será destacado de acordo com a posição social que representava aqui a terra enquanto vivo. Foi nesse intuito e temática, que tentei contribuir para a realização do 1º Roteiro Cultural guiado que realizei no dia 20 de dezembro de 2009 às 06:30h da manhã no cemitério de Quixeramobim, para os alunos do Ponto de Cultura Patrimônio Vivo, no qual faço parte e convidados.

Postado pelo Artesão Iran do Nascimento- Aluno do Ponto de Cultura Patrimônio Vivo

sábado, 5 de dezembro de 2009

Palhaço mais velho em atividade no Ceará


O mais antigo palhaço em atividade no Ceará tem 81 anos. José Gomes de Souza, o Trepinha, trabalha no Theatro José de Alencar – TJA desde o começo dos anos 70, oficialmente contratado pela Secretaria da Cultura do Estado.

Depois de viajar pelos brasis em circos como o Nerino (leia sobre Trepinha no livro "Circo Nerino", de Roger Avanzi e de Verônica Tamaoki) e Garcia, de ter sua própria lona, ele chegou a Fortaleza a tempo de viver os mundos dos circos que ainda armavam lona no Mucuripe, então bairro de pescadores, e no Centro, o coração da cidade.

Sua iniciação no TJA nos remete à sua iniciação ao circo que, por sua vez, lembra as legiões de artistas célebres e anônimos que chegaram à lona por acaso e ali inventaram uma vida para si.

Trepinha conta que conheceu o alfaiate Clóvis Matias nas festas e brincadeiras de rua: “Seu Clóvis me levou para o Theatro José de Alencar, onde era porteiro, trabalhava n’O Mártir do Gólgota”. Na história do TJA, as temporadas d’A paixão de Cristo embaravalhavam os códigos estabelecidos, interferiam nas apartações entre o mundo da rua e o mundo do teatrão edificado. Multidões enchiam o teatro durante semanas. E traziam a vibração da rua, das rodas de artistas em praças, pátios de igreja, terreiros a céu aberto. Trepinha estava lá: no meio, no espaço entre um e outro. É uma espécie de zona de transição, de corredor de passagem, um dos lugares que Trepinha cultivou no Theatro José de Alencar.

Até hoje, ele fica à entrada do Theatro José de Alencar para convocar o público da rua a entrar no teatro. Um misto de mestre de cerimônia e articulador de público, um palhaço-rito de passagem: muitos dos que entram no teatro pela primeira vez, fazem a travessia a convite do mestre. Sob o sol, protegendo-se em dias de chuva, Trepinha deixa o presente mais denso ao atualizar no TJA uma experiência larga de tempo do encontro do artista com o público. Melhor: da passagem de transeunte, indivíduo, moradora, um dado da população, para o lugar de platéia. A passagem para uma experiência de coletivo, como são as experiências de platéia, de ser público.

Megafone na mão, ele inventa textos. Conhece o dia-a-dia do teatro e da rua, experimenta na pele as diferenças entre um e outro e trabalha com elas como possibilidade de encontro, de ligação. Sabe que um não existe sem o outro. Em um final de tarde de 2008, estava ele no saguão, com um olho na rua e outro no teatro, chamando os passantes para ver Flor de Obsessão, espetáculo-solo do ator e dramaturgo Ricardo Guilherme, a partir do universo de Nelson Rodrigues. Antes, programação oficial na mão, como sempre faz, Trepinha havia ido ao camarim para saber mais sobre o espetáculo. Conversou com o ator, dois mestres partilhando no dizer e no ouvir o universo amoroso-obsessivo do dramaturgo pernambucano. Ricardo Guilherme falou do solo e, sobretudo, de como Nelson Rodrigues escrevia sobre as paixões, sobre a experiência amorosa. Já na calçada do teatro, dizia Trepinha: “Entrem, entrem! Hoje, grande espetáculo do grande ator Ricardo Guilherme. Hoje, Flor de Obsessão, uma história de amor, carinho e chifre. Você não pode perder”.

Matéria- TJA

Postagem- Elistênio Alves

terça-feira, 24 de novembro de 2009

PONTO DE CULTURA PATRIMÔNIO VIVO ENCERRA OFICINAS DE GESTÃO CULTURAL

O ponto de cultura Patrimônio Vivo, dando seqüência ao trabalho de formação cultural que vem desenvolvendo em Quixeramobim, encerrou no último dia 22 de novembro as oficinas de gestão cultural.
Buscando um melhor aproveitamento, as oficinas foram divididas em quatro módulos. O primeiro, realizado nos dias 17 e 18 de outubro, tendo como oficineiro o ambientalista Josael Lima, integrante do FERU-CE (Fórum Estadual de Reforma Urbana), foi discutido a importância de pensar a gestão cultural a partir da cidade, enquanto espaço de patrimônio histórico, mas também de conflitos e interesses diversos. Daí a necessidade de compreender o espaço urbano e suas alterações, bem como as legislações vigentes, tendo como enfoque o estatuto das cidades.
O segundo módulo foi realizado nos dias 24 e 25 de outubro. E teve como oficineira a jornalista Katharinne Magalhães da FM Universitária de Fortaleza, onde os alunos tiveram a oportunidade de estudar a gestão cultural em Rádio e em outras mídias, buscando construir, uma melhor comunicação do ponto de cultura com o público externo e financiadores, fornecendo suporte aos alunos para que eles possam elaborar seus projetos futuros.
O terceiro módulo aconteceu nos dias 14 e 15 de novembro, e teve como oficineira Izabel Gurgel, diretora do Teatro José de Alencar, apresentando sua experiência em gestão cultural, não apenas do aspecto administrativo financeiro, mas mostrando a formação cultural brasileira e suas diversidades e pluralidades étnico-culturais. Teve como base de seu trabalho na oficina, o livro “o povo brasileiro” de Darcy Ribeiro, e exibiu vídeos onde foram apresentadas as principais matrizes de nossa formação: a Tupy, a africana e a portuguesa, e suas influências em nossas mais variadas manifestações culturais.
Para concluir as oficinas, foi realizado nos dias 21 e 22 de novembro, a quarto módulo com o tema: formação e elaboração de projetos, com o oficineiro Emídio Sanderson- administrador cultural que trabalha na Secretaria de Cultura de Fortaleza.
Nessa última etapa foi estudado como elaborar projetos culturais, gerenciar, conhecer a legislação Federal e Estadual e as políticas de editais.
Foram momentos de grande aprendizado para os alunos, além de despertar a todos para pensar a gestão cultural, não apenas como negócio, mas acima de tudo, como algo inserido na vida da comunidade e dos sujeitos históricos envolvidos e seus mais variados atores sociais e culturais, tão ricos em saberes muitas vezes esquecidos ou não valorizados.
É importante destacar que o ponto de cultura Patrimônio Vivo tem como financiadores, o governo federal e estadual, através do MINC e da SECULT, realizado pela Ong IPHANAQ e tem o apoio do Liceu de Quixeramobim e do Sebrae.
Postado por Neto Camorim- Coordenador geral e aluno do ponto de cultura Patrimônio Vivo.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

IGREJA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO


Em Quixeramobim, igreja de significativa tradição não só pela sua importância como templo, mas também por ser um monumento histórico. Até se iniciar a segunda metade do Século XIX na época de sua construção, este santuário ficava fora da Vila de Campo Maior de Quixeramobim. Devido ao crescimento da cidade, ela agora está inserida no perímetro central do distrito sede.
O terreno da igreja foi doado por um devoto da Virgem, Custódio Ramos Mendes que nascera em Santo Antônio dos Passos, bispado do porto, em Portugal. A doação constituiu em 30 braças de terra em quadra. Até o fim do século passado, era costume entre os fiéis a construção de oratórios e nichos, onde ao entardecer ou ao anoitecer, serviam para rezar o terço e acenderem velas, um desses nichos foi construído no frontispício da Igreja de Nossa Senhora do Rosário que perdura até hoje, porém sem aquela finalidade do século XIX.

O início da construção do templo data de 1783 e em 1801 realizavam-se ali os ofícios religiosos, embora não estivesse de todo concluído. A Igreja do Rosário, erguida numa eminência ao nascente da povoação, próxima ao local onde seria construída a Estação da Estrada de Ferro, teve sua construção iniciada em 1783 e era destinada a uma irmandade de pretos, fato comum àquela época, essa igreja teve concluída sua parte principal em 1823. Duas festas eram celebradas naquela ermida: a do dia de dos Reis Magos e de Nossa Senhora do Rosário. Ambas de fino encanto, porém, muito voltadas para o profano, sem dúvida o mais importante era a culminância dos atos religiosos, que acontecia com a celebração da Santa Missa em honra á Virgem que deu o nome á igreja. Segundo a tradição, suas mediações, eram utilizadas para sepultamento de mortos.

Na década de 1850, a Vila de Campo Maior foi atingida pela cólera, que ceifou muitas vidas, sendo necessário construir um cemitério. Por isto, em 1854, foi construído, atrás da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, um pequeno cemitério para que desse guarida aos que morressem vitimados pela peste em referência.

PONTO DE CULTURA “PATRIMÔNIO VIVO”
WALDENIR GADELHA: Aluno Ponto de Cultura

Cinema: Sua História em Quixeramobim

O primeiro cinema a ser instalado na cidade foi por iniciativa do Senhor Fausto Costa, por volta de 1912, e funcionava no antigo prédio do Círculo Operário. Depois de alguns anos, com a chegada do Padre Jaime, em 1935, foi inaugurada a segunda casa de espetáculos, com a denominação de Cine Santo Antônio, que funcionava no Salão Paroquial. Construído em 1940, possuía instalações apropriadas para cinema, preservadas até hoje. Apesar de sua duração ter sido maior que do a do anterior, também encerrou suas atividades sem motivo difundido explicitamente. Durante certo tempo, a população ficou privada deste lazer, até surgir o Cine Skeff, uma iniciativa do Senhor Kalil Skeff. O cine Skeff, localizado em um prédio na Rua Monsenhor Salviano Pinto, era sem dúvida um empreendimento pomposo para os anos cinqüenta do século XX. Lamentavelmente, após certo tempo, deixou de funcionar. Sua capacidade era de 600 pessoas. Antes do Cine Skeff ser desativado, surgiu outro cinema para fazer concorrência ao mesmo. Tratava-se da sala Senhor Francisco Lázaro, com nome de Cine São José. Instalada no prédio do Círculo Operário, permaneceu ali até ser transferido para o local onde funcionou o Cine Skeff, quando recebeu essa denominação. Com sua desativação, a cidade ficou sem cinema por 12 anos, até ser inaugurado, em 1985, o Cine Santa Rosa, do mesmo proprietário, localizado na Rua da Cruz.Este cinema, que vinha subsistindo, apesar da televisão, deixou de funcionar a partir de 1992 e estava instalado na Rua Bougeval Leão, com a denominação de Cine Rex.


A partir de 2007, passaram a ser registradas exibições no Centro Cultural Antonio Conselheiro com o Cine-Memorial, onde é feita exibição de filmes aos domingos com realização da secretaria de Cultura. Temos também o Cineclube IPHANAQ, que desde o começo do ano de 2009 vem fazendo exibições em todos os distritos de Quixeramobim, oportunizando o cinema aos lugares mais distantes dos centros urbanos.Temos ainda o Cine Sesc Ler, que possui como foco a linguagem audiovisual, interligando o cinema aos conteúdos curriculares vistos em sala de aula, sendo seu público alvo estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA), da alfabetização ao 1° e 2° segmentos de ensino. A proposta se estende às escolas, públicas e particulares, como também à comunidade em geral. Em novembro começam as exibições no município do “Fábrica Viva”, que fará exibições nos bairros com filmes de inserção no contexto sociocultural dos operários. O Projeto foi apresentado pelo Iphanaq e selecionado entre 26 no Brasil, único no Ceará, pelo Fundo Brasil de Direitos Humanos. Após resultado do edital, o Projeto realizou planejamento e está em fase de mobilização.

WALDENIR GADELHA: Aluno Ponto de Cultura