terça-feira, 12 de abril de 2011

Feriado municipal dia do evangélico. E o de Conselheiro?



Foi aprovado recentemente na Câmara Municipal de Quixeramobim o feriado municipal dedicado aos evangélicos. Será dia 15 de abril e que para minha surpresa, já vai vigorar agora, nesta semana. Tudo muito rápido quando se tem interesse
Nada contra um dia dedicado aos evangélicos, aliás, já existe a nível nacional que é o dia 30 de novembro. Em minha opinião, como o estado é laico, não deveria haver feriado para religião nenhuma, e sim data comemorativa a todos os credos e religiões. Tal medida não passa de atitudes politiqueiras de nossos representantes que deveriam criar leis que de fato melhorassem a vida da população e não ficarem criando feriado para angariar votos.
O que me estranha, é que há anos se reivindica a criação pela Câmara Municipal de uma lei que dedique o dia 13 de março (dia de nascimento de Antonio Conselheiro) as comemorações e reflexões desse conterrâneo tão ilustre e reconhecido em todo o Brasil, pela sua ação em defesa dos mais humildes e explorados sertanejos no início da república, mas esquecido em sua própria terra, vergonhosamente pelos nossos homens públicos. Aliás, estou sendo ingrato. Eles se lembram de seu nome em palanques em períodos eleitorais.
Não defendo a criação de feriado alusivo a Antonio Conselheiro, aqui no Brasil já tem demais, mas uma data comemorativa (dia 13 de março) onde escolas as realizassem concurso de redação, ciclo de palestras, debates nas emissoras de rádio e outras apresentações culturais em sua homenagem. Mas para isso acontecer com maior destaque é preciso empenho e compromisso dos poderes legislativo e executivo municipal, que lamentavelmente nunca fazem nada de destaque e nem apóiam as ações da sociedade civil, como evento Conselheiro Vivo que a Ong. Iphanaq realiza desde 2008. Nunca é demais lembrar que promover políticas públicas culturais e preservar a história e a memória é uma obrigação constitucional do poder público.
Espero que os nossos representantes reflitam sobre tais questões e façam algo de concreto ao nosso Conselheiro para que de fato possamos transformar esse grande líder do Brasil em porta voz da nossa história e memória coletiva, pois foi construindo o bem comum que ele se destacou na Guerra de Canudos. Por tal razão incomodou tanto os poderosos da época. Será que ela continua a incomodar e por isso não querem lembrar e preservar sua história? Eu acredito nisso! E você?

Neto Camorim - Historiador e Professor do Liceu de Quixeramobim.     
netocamorim@gmail.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário